
O que era para ser uma grande articulação política da Região Norte acabou se transformando em um episódio constrangedor para a gestão do prefeito de Manaus, David Almeida. O evento organizado para reunir prefeitos e discutir mais repasses de dinheiro para os municípios simplesmente flopou. Dos 61 prefeitos convidados, apenas dois compareceram presencialmente.
O baixo comparecimento chamou atenção e virou assunto nos bastidores da política local. A expectativa era de uma mobilização regional forte, com gestores municipais unidos para pressionar o governo federal por mais recursos. O que se viu, no entanto, foi um encontro esvaziado, com discursos longos, mas sem a presença de quem realmente daria peso político à pauta.
Muito discurso e pouca liderança
A defesa por mais dinheiro, mudanças no Fundo de Participação dos Municípios e compensações financeiras pela preservação da Amazônia até pode ser legítima. O problema é que, sem adesão dos próprios prefeitos do Norte, o discurso perde força e vira apenas mais uma reclamação isolada.
Prefeitos do interior do Amazonas e de outros estados da região enfrentam problemas graves, como falta de recursos, logística difícil e serviços precários. Ainda assim, a maioria optou por não comparecer. Isso levanta um questionamento inevitável: se o tema fosse realmente mobilizador e a liderança convincente, por que quase ninguém apareceu?
Carta política que já nasce fraca
Um dos principais anúncios do encontro foi a elaboração de um documento com reivindicações que será enviado a Brasília. Mas, sem apoio efetivo da maioria dos prefeitos, o texto já nasce politicamente enfraquecido.
Na prática, qualquer carta ou manifesto só tem peso quando representa um grupo expressivo. Com apenas dois prefeitos presentes, a iniciativa corre o risco de ser vista como mais um pedido por dinheiro feito de forma isolada, sem respaldo regional e sem capacidade real de pressionar o governo federal.
Realidade distante do discurso oficial
Enquanto o discurso falava em união, justiça fiscal e protagonismo da Região Norte, a realidade mostrou o contrário. O evento expôs um isolamento político que dificilmente passa despercebido. Quando gestores municipais ignoram um chamado desse porte, o recado é claro.
O encontro acabou reunindo principalmente autoridades locais, assessores e representantes institucionais. Os prefeitos, que seriam o público principal, simplesmente não apareceram. O resultado foi um evento que mais evidenciou fragilidade política do que força de articulação.
Silêncio sobre o esvaziamento
Até agora, não houve explicação clara sobre o motivo da ausência em massa dos prefeitos convidados. Também não foi divulgada uma lista oficial detalhada de presenças, o que reforça a sensação de constrangimento e tentativa de minimizar o fracasso do evento.
O que deveria ser uma demonstração de liderança regional acabou virando um retrato incômodo da dificuldade de mobilização política da atual gestão. Em vez de fortalecer Manaus no debate nacional, o episódio expôs que, fora do discurso, a adesão política está longe do que se tenta vender.





