Wizard não comparece à CPI e senadores adiam depoimentos

A CPI da Covid no Senado decidiu adiar os depoimentos previstos na comissão para esta quinta-feira (17). Segundo o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), a decisão foi motivada pela votação em plenário da medida provisória que possibilita a privatização da Eletrobras. As informações são do G1.

A votação da MP no Senado estava prevista para a tarde desta quarta (16), mas foi adiada por falta de acordo. A sessão em plenário deve ser aberta às 10h – e o regimento do Senado prevê que as comissões sejam limitadas quando o plenário está votando.

A pauta da CPI da Covid previa dois depoimentos: do empresário Carlos Wizard e do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques. Aziz pediu desculpas a Marques, que já estava no prédio do Senado – diferentemente de Wizard, que não apareceu.

“Nós não teríamos como [prever o adiamento], essa decisão foi tomada ontem à noite. Não estava marcada essa reunião às 10h e tenho certeza de que todos os senadores dessa CPI, individualmente, têm interesse em debater essa matéria tão importante”, afirmou Aziz em referência à votação da MP da Eletrobras.

A nova data dos dois depoimentos ainda não foi agendada. Nesta sexta (18), a CPI deve se reunir para votar requerimentos de novas convocações.

Ausência de Wizard

Antes de encerrar a reunião, Omar Aziz também anunciou providências sobre o não comparecimento do empresário Carlos Wizard. Ele é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo” que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro a defender medidas ineficazes contra a pandemia.

“Oficiaremos a um juiz criminal para que requisite à autoridade policial a apresentação da testemunha faltosa, ou determinar que seja conduzido por oficial de justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública”, declarou Aziz.

Ao longo da última semana, Wizard recorreu à CPI da Covid e ao STF para pedir que o depoimento fosse dado de forma remota – o empresário diz estar nos Estados Unidos acompanhando tratamento médico de um parente, e sem passaporte.

A CPI negou esse pedido de depoimento remoto. Na noite de quarta, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu ao empresário o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si no depoimento à comissão. Mas não o isentou de comparecer.

“Para além dessas medidas, diante da ausência do depoente, determino que seja oficiada à Justiça Federal para que o passaporte do seu Carlos Wizard seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional, e somente seja devolvido após prestação de depoimento perante essa comissão de inquérito”, informou Omar Aziz.