O ano de 2022 foi de contrastes para Vitão, de 23 anos. O cantor acaba de estrear seu primeiro projeto internacional, Quando, em parceria com o rapper Russ, e já prepara seu próximo álbum de estúdio, ainda sem título, para o primeiro semestre de 2023.
Em contrapartida, desde que assumiu sua sexualidade fluida, em maio, vem sendo alvo de críticas. Após meses de ataques, ele não nega que sua desconstrução pública foi exaustiva, mas sem deixar de lado o orgulho.
“Todo artista tem uma cruz para carregar e acho que, no momento, essa é a minha. O meu grande intuito, além de me vestir como quero, é trazer a discussão [da roupa sem gênero e da sexualidade] para a mesa, plantar uma semente de mudança, fazer com que o assunto seja debatido”, declara Vitão durante entrevista.
Durante o ano, ele foi feito de piada por internautas por usar roupas tidas como femininas, por sua voz ou pela falta de perícia na dança. O cantor assume que algumas brincadeiras levou na esportiva, já outras o abateram. O que salvou foi o fato de estar comprometido com a terapia, mantendo a mente sã em meio ao turbilhão de memes a seu respeito.
“Constantemente as pessoas tiram sarro de mim, seja pelo que estou vestindo ou por quem eu estou me relacionando. É muito doloroso, quero que minha música esteja em primeiro plano e atualmente não está.”
Vitão quer mais holofotes
Para além da indústria musical, Vitão sonha em atuar, seja no teatro ou na TV. Ciente que encarnar um personagem é algo complexo, ele está disposto a estudar a arte para não fazer papelão diante do público. E quanto a críticas, assim como Jade Picon, ele demonstra coragem.
“Criticado eu já sou e vou continuar sendo, não vai fazer diferença”, diz ele, que anseia por testes.
A vontade de se debruçar sobre o novo, porém, tem limites. O cantor já rejeitou, por exemplo, convite para participar do Big Brother Brasil, programa da Globo, que se mostrou uma vitrine para famosos que querem expandir sua base de fãs. Para Vitão, a experiência de artistas que admira, como Projota e Karol Conká, mostrou que o tribunal da internet pode piorar – e muito – uma carreira.
“Eu recebi o convite para a edição da Jade, mas não fui. Hoje acredito que não iria, o pessoal lá é apedrejado por seus erros, sendo que o público esquece que também erra. Além disso, sem estar lá as pessoas já falam da minha vida, imagina se estiver. No momento não estou precisando disso, preciso de reconhecimento como músico”, reflete o cantor, que pretende se consolidar como expoente da música nacional e, quem sabe, em um futuro próximo ou distante, fazer um feat com Bruno Mars.
As informações são do Terra.