Satélites mostram influência de queimadas no Pará na qualidade do ar em Manaus e municípios do AM

foto: Divulgação/SES-AM

Imagens dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitoram os focos de queimadas na Amazônia, mostram a grande contribuição de incêndios florestais no Estado do Pará, próximo à região do Baixo Amazonas, na intensificação da fumaça sobre a capital Manaus desde o final de outubro, quando a qualidade do ar na cidade voltou a ficar comprometida.

De acordo com o Inpe, de 26 de outubro, até ontem (3), 5.305 focos foram registrados no estado do Pará e, em menor intensidade, na Região Metropolitana de Manaus (RMM), onde no mesmo período foram registrados 149 focos.

Apesar da intensificação da fumaça na capital, na sexta-feira, apenas 9 focos foram notificados pelo Inpe na RMM. Na mesma data, 71 focos foram registrados no estado vizinho.

Conforme imagens do satélite GOES-16, fornecidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), o fluxo de ventos tem trazido o material particulado em suspensão para a Região Metropolitana de Manaus (veja GIF e link no final da matéria), que tem encontrado dificuldades em se dispersar devido à ausência de chuvas e calor intenso na região, potencializados pelo El Niño severo deste ano.

“Podemos verificar por imagens dos satélites que todos os municípios, que sofrem influência do Rio Amazonas, que serve como um corredor de fluxo de ventos, até chegar a Manaus, têm sido impactados pela fumaça mesmo sem ter focos de incêndios registrados”, explicou o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira.

Com a baixa precipitação, a massa de calor sobre Manaus deve continuar a interferir na qualidade do ar para os próximos dias, uma vez que partículas de fumaça têm encontrado dificuldades em se dispersar nessas condições.

De acordo com levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a estação chuvosa no Amazonas, em 2023, está prevista para iniciar no mês de dezembro, podendo ainda ser afetada pela continuidade do El Niño, reduzindo o desenvolvimento vertical de nuvens e os volumes de precipitação, o que pode resultar em um período de chuvas abaixo da climatologia da região.

Com informações do Governo do Amazonas