Lacen fortalece rede de laboratórios de tuberculose no interior do Amazonas

O primeiro e segundo picos da pandemia de Covid-19 direcionaram grande parte da atenção e da força de trabalho dos profissionais do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), para a identificação do vírus na população do estado. Neste momento, em que há redução de casos Covid-19 e a maior estabilidade no número de análises laboratoriais, o Lacen retoma seus processos de qualificação técnica com foco no fortalecimento da rede de laboratórios de tuberculose no interior do Amazonas.


As visitas técnicas terão início pelos municípios da Região Metropolitana de Manaus – Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva – e serão retomadas na segunda quinzena de abril. Encerrada esta primeira fase, os técnicos do Lacen irão estender as atividades para os municípios considerados silenciosos, que são aqueles municípios que não enviaram dados nos últimos meses.


A expectativa é que as visitas permitam traçar um panorama de como está a atuação dos técnicos no que se refere à identificação da tuberculose. Conforme a gerente de endemias do Lacen, Ana Ruth Arcanjo, as visitas aos municípios permitirão um diagnóstico situacional da execução de exames de baciloscopia que funcionam em unidades mistas.


Apesar das dificuldades enfrentadas pelo recrudescimento da pandemia, Ana Arcanjo informou que todos os municípios do estado têm condições de realizar o principal diagnóstico para tuberculose, que é a baciloscopia, porém é preciso qualificar as equipes e ampliar as testagens ano a ano.

“Vamos começar a visitar os municípios que consideramos silenciosos, que são aqueles que não mandaram nenhuma informação. Dos 62 municípios, 58 enviaram, mas precisamos conhecer a realidade e melhorar a sensibilidade. É uma rede laboratorial, uma rede de diagnóstico e ela precisa estar organizada”, disse.

Dados

Em 2020, o Lacen realizou, em todo o estado do Amazonas, contando os laboratórios mistos e os Lacens dos municípios polos, 19.532 exames de baciloscopia e 7.410 de cultura. Já o Lacen (sede) realizou 2.194 amostras e 2.663 culturas.

Exame

De acordo com Ana Arcanjo, a baciloscopia, que é um exame feito por microscopia óptica, é realizado em alguns municípios do estado, e em outros é feita a cultura e o material é enviado para o Lacen, em Manaus. Os municípios com capacidade técnica para a baciloscopia são: Coari, Borba, Itacoatiara, Lábrea, Tabatinga, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Maraã e Autazes. Os demais atuam com a cultura.

“A cultura é um diagnóstico mais sensível, ela requer um laboratório que tenha uma certa infraestrutura, já que se está manipulando o microbacterium. Devido a isso, eles realizam a cultura, mas não fazem a identificação. Eles processam, mas não manipulam. Dão início ao procedimento e depois encaminham para cá, para darmos continuidade”, explicou.

Os meios necessários para realização da cultura, bem como a capacitação e o fornecimento de insumos são feitos pelo Lacen.

Referência regional 

O Lacen é, desde 2019, referência regional no tratamento de tuberculose, um reconhecimento aos métodos aplicados no estado no combate à doença e uma chancela aos processos empregados nos laboratórios locais e regionais. Segundo a gerente de endemias do Lacen, quando julgam necessário, os Lacens do Norte acionam o do Amazonas e enviam amostras extrapulmonares para, em razão da biossegurança, serem processadas aqui.

“Todos os Lacens do Norte – Acre, Amapá, Pará, Roraima e Rondônia – nos encaminham as amostras para fazermos testes de identificação e sensibilidade. O que eles não realizam nos estados, encaminham e nós fazemos a complementação. Roraima, Rondônia, Amapá e Pará já nos encaminharam”, informou.

Com informações da assessoria 

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