Desembargador federal preso pela PF é transferido para cadeia pública em Niterói durante fase da Operação Unha e Carne


Em meio a investigações em curso, o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto foi transferido nesta quarta-feira (17) para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói (RJ), após a confirmação da prisão preventiva em audiência de custódia realizada na véspera. A transferência ocorre no contexto de apuração da segunda fase da Operação Unha e Carne, deflagrada pela Polícia Federal e que envolve componentes da política estadual e de facções criminosas.


Operação Unha e Carne: o papel do Judiciário e as suspeitas de vazamento

De acordo com as investigações, o desembargador é relator de ação contra TH Joias e é apontado pela PF como alguém com potencial para repassar informações sigilosas a Rodrigo Bacellar, ex-presidente da Alerj, que já teve a presidência destituída por decisão de Moraes. Bacellar continua sob medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação, além de ter entregado passaporte e arma.


A PF também investiga o suposto vazamento de dados da Operação Zargun, que prendeu TH Joias e mais 14 pessoas por ligações com facções criminosas. O juiz Júdice Neto é relator do processo contra TH Joias, e há indícios de que ele repassou informações a Bacellar, com quem manteria relação próxima.

No âmbito processual, a 1ª Seção Especializada do TRF2 deve analisar, na quinta-feira (18), o recebimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra TH Joias e demais investigados no inquérito que apura vínculos com o Comando Vermelho. O julgamento terá como relator o desembargador Júlio de Castilhos, enquanto Judice Neto permanece afastado. A sessão será presidida pelo desembargador Wanderley Sanan Dantas. O gabinete do desembargador afastado passou a ser ocupado por Marcelo Leonardo Tavares, juiz federal convocado.

Com informações da Agência Brasil.