A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as ações do governo e o uso de verbas federais na pandemia de covid-19 ouviu o ex-ministro da saúde, Nelson Teich, nesta quarta-feira (5) e amanhã colhe o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, às 10h, e o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.
Na próxima semana, a CPI ouvirá Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social do governo federal, Marta Dias, atual presidente da Pfizer no Brasil, e Carlos Murilo, que já ocupou esse mesmo cargo. Na quarta-feira (12), serão ouvidos Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, e Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Já na quinta-feira (13), além do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a CPI agendou o depoimento do presidente da União Química, Fernando Marques — a União Química representa a vacina russa Sputnik V no Brasil, que teve sua aplicação negada no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A programação da semana que vem foi definida no fim da sessão desta quarta-feira.
Chamado a depor amanhã, Marcelo Queiroga está à frente do Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano. O médico cardiologista assumiu o cargo com o desafio de chefiar a pasta no pior momento da pandemia no país, quando se somavam cerca de 300 mil mortes no Brasil.
O ministro é fortemente cobrado pela vacinação em massa da população. Há poucos dias, em 26 de abril, Queiroga participou de audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 (CTCOVID19).
À época, Queiroga afirmou que o governo não reduziu suas metas iniciais de imunização, apenas retirou do cronograma vacinas que ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a indiana Covaxin, que inicialmente teria previsão de 20 milhões de doses em calendário do Ministério da Saúde.
Na tarde desta quinta, os senadores ouvirão também o depoimento do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. A expectativa dos parlamentares é de que ele fale sobre os processos de liberação de imunizantes contra a covid-19, assim como o recente processo que culminou com a negativa do registro da vacina Sputnik V.
Contra-almirante e também formado em medicina, Barra Torres tem o primeiro mandato como diretor-presidente da agência, de novembro de 2020 a dezembro de 2024.
Em 4 de março deste ano, Barra Torres esteve em sessão temática no Plenário do Senado para debater o andamento da imunização contra a covid-19 e os processos de aprovação de vacinas. Ele afirmou que o prazo da agência para aprovar o uso emergencial de vacinas é o “mais rápido do mundo”.
Com informações da assessoria