
Um novo capítulo na crise institucional da Alerj ganhou a atenção do público nesta terça-feira. O assessor Rui Bulhões, que chefiava o gabinete do então presidente Rodrigo Bacellar, foi exonerado pelo presidente em exercício Guilherme Delaroli, conforme publicação em edição extra do Diário Oficial da Alerj. A medida ocorre no âmbito da segunda fase da Operação Unha e Carne, deflagrada pela Polícia Federal, que também resultou na prisão de um desembargador e em Mandados de busca e apreensão na residência de Bulhões e na casa de Bacellar.
Operação Unha e Carne 2: o que está em jogo
As investigações apontam para possíveis vazamentos de informações sigilosas relacionadas à operação que levou à prisão de TH Joias, designer de joias que virou deputado estadual e considerado braço político do Comando Vermelho. Além disso, o Ministério Público e o Judiciário atuam para esclarecer se houve favorecimento em meio às diligências. A PF também cumpriu mandados na residência de Bacellar, ampliando o foco sobre a relação entre membros do parlamento e o Judiciário.
A PF recebeu apoio institucional do Tribunal Federal da 2ª Região (TRF2), segundo informações da própria operação, reforçando o escopo da investigação para apurar a possível troca de informações e interferências em investigações em curso. TH Joias foi preso em 3 de setembro de 2025 e é apontado como articulador financeiro e político do grupo criminoso que atua na região.
Impacto político e próximos passos
Os desdobramentos trouxeram à tona o desgaste institucional e consequências práticas para Bacellar, que já teve de cumprir medidas restritivas determinadas pelo STF: uso de tornozeleira eletrônica, afastamento da presidência da Alerj, recolhimento domiciliar, proibição de contato com investigados, suspensão de porte de arma e entrega de passaporte. No início de dezembro, com base em mensagens interceptadas, o STF também autorizou a prisão do então presidente da Alerj; Bacellar chegou a ficar cinco dias detido, mas teve a prisão revogada pela própria Alerj e, em seguida, solicitou licença do cargo. A apuração continua para mapear possíveis vínculos entre as pessoas envolvidas e o conteúdo das informações vazadas, bem como o alcance de eventuais benefícios a facções criminosas.
Com informações da Agência Brasil.





