Anitta diz já ter recebido proposta para desvio de dinheiro público em shows

Durante um show no início de maio, o cantor Zé Neto – da dupla Zé Neto e Cristiano – criticou a Lei Rouanet, criada em 1991 para estimular projetos na área da cultura. Zé Neto disse que não usa recursos da lei Rouanet: “Nosso cachê quem paga é o povo”.

A lei Rouanet é um incentivo para que empresas ou cidadãos invistam em cultura, e esse valor investido é deduzido do imposto de renda. O processo para a concessão do benefício tem regras.

Sem citar nomes, o cantor alfinetou Anitta.

“Meu irmão é quem cuida para mim das coisas. Eu liguei para o meu irmão e para o meu outro sócio Daniel falei: ‘Gente, eu já usei essa lei, porque eu nem lembro’. Ele falou: “Não”, disse a cantora.
A polêmica correu a internet e jogou o holofote sobre uma prática que não tem nada a ver com a lei Rouanet: o uso de dinheiro público para contratar shows em municípios do interior.

Diante da pressão nas redes sociais, a cidade mineira de Conceição do Mato Dentro chegou a cancelar apresentações de Gusttavo Lima e Bruno e Marrone. O prefeito disse que não queria que o evento ganhasse uma conotação político-partidária.

O Ministério Público de Roraima investiga o cachê de R$ 800 mil que a prefeitura de São Luiz, um município de 8 mil habitantes, deve pagar a Gusttavo Lima por um show previsto para dezembro.

No Rio de Janeiro, o Ministério Público abriu inquérito para apurar se houve irregularidades na contratação do cantor e outros artistas pela Prefeitura de Magé.

O cantor fez um desabafo pela internet: “Eu sou um cara que faz pouquíssimos shows de prefeitura. E quando a gente ainda faz algum, a gente é massacrado como se fosse um bandido, como se fosse um ladrão que tivesse roubando dinheiro público e não é isso. Eu sou um cara 100% correto, 100% honesto nas minhas coisas”.