Um bimotor Beechcraft Super King Air de uma operação de aviação geral decolou de Aspen com destino a Denver, quando ocorreu uma rápida e inesperada despressurização. Em meio à situação, a comunicação com o controle de tráfego aéreo foi interrompida e os dois pilotos na cabine acionaram o sistema automático de pouso de emergência, o Autoland, da Garmin. O pouso ocorreu com segurança no Aeroporto Metropolitano de Rocky Mountain, no Colorado, por volta das 14h20 (horário local). A fabricante afirma que se tratou do primeiro uso real do Autoland em uma situação de voo.
De acordo com a Buffalo River Aviation, proprietária da aeronave, não havia passageiros a bordo; apenas os dois pilotos estavam presentes. A aeronave havia decolado de Aspen em rota para Denver quando o problema de pressurização foi detectado. Gravações do controle de tráfego mostram o acionamento de uma mensagem automática informando a incapacidade de comando por parte do piloto e indicando o destino de pouso mais próximo.
Após o pouso, o FBI não está envolvido; a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) abriu investigação para entender as circunstâncias do incidente e verificar a proteção operacional do Autoland. A Garmin, por sua vez, reiterou que o Autoland é um sistema de pouso automático de emergência que entra em ação ao detectar que o piloto não está apto a pilotar ou quando acionado manualmente por meio de um botão.
Como funciona o Autoland da Garmin
O Autoland é uma tecnologia voltada para aeronaves de aviação geral, lançada pela Garmin em 2019. Em operação, ele assume o controle total da aeronave quando detecta incapacitação do piloto ou quando acionado pelo piloto ou por um botão de emergência. O sistema seleciona automaticamente o aeroporto mais adequado para o pouso com base na distância, no comprimento da pista e na autonomia de combustível, mantendo comunicação com o controle de tráfego aéreo para orientar a aeronave até o ponto de aterrissagem e disponibilizando informações para as equipes de resgate ao chegar.
Implicações para a aviação de pequeno porte
O episódio é significativo porque demonstra a viabilidade de intervenções autônomas em situações críticas, ampliando o debate sobre o papel da automação na segurança de voos de pequena e média capacidade. Embora o Autoland tenha sido promovido como recurso de última linha, casos como este ajudam a entender seus limites, confiabilidade e integração com procedimentos de emergência. A investigação da FAA deverá esclarecer, entre outros pontos, as circunstâncias que levaram à perda de contato com o controle de tráfego e se houve falha humana ou técnica que justifique o acionamento automático.
