Mercosul em Foz do Iguaçu: Lula rejeita intervenção militar na Venezuela e Milei apoia pressão de Trump contra Maduro


Em Foz do Iguaçu, na cúpula do Mercosul, líderes discutiram o futuro da Venezuela diante de uma pressão externa cada vez mais presente dos Estados Unidos. Lula da Silva defendeu a diplomacia como caminho para a solução, enquanto Milei apoiou uma linha mais dura alinhada a Washington. O encontro ocorreu em meio a tensões regionais crescentes e foco na resposta multilateral a Caracas.


Diplomacia em vez de intervenção militar

O presidente brasileiro afirmou que uma intervenção militar seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e criaria um precedente grave no direito internacional. Ele ressaltou que a região já convive com a presença de Forças Externas e reforçou a necessidade de resolver a crise venezuelana por meio de canais políticos, evitando qualquer escalada que ponha civis em risco.


Pressão dos EUA e o papel da Argentina

Milei, por sua vez, defendeu a atuação mais firme dos Estados Unidos e elogiou a estratégia de Donald Trump para pressionar o governo de Nicolás Maduro com sanções e medidas diplomáticas. Segundo o presidente argentino, o momento exige ações decisivas para permitir mudanças, destacando que o regime venezuelano tem impactos negativos sobre a região e que a pressão externa é parte dessa estratégia.

Contexto e desdobramentos regionais

As medidas americanas, como sanções ampliadas a familiares de Maduro, restrições a embarcações e operações reforçadas no Caribe e no Pacífico, foram citadas como parte de uma ofensiva para isolar Caracas. Analistas alertam que esse tom pode aumentar a volatilidade regional, enquanto defensores da diplomacia enfatizam a necessidade de soluções baseadas no direito internacional. Em conversas anteriores, Lula indicou que pretende falar com Trump antes do Natal para explorar caminhos diplomáticos que evitem guerra e reforcem a ideia de uma atuação brasileira orientada pela paz.

O encontro mostrou que o Mercosul continua sendo um palco de visão diversa entre seus líderes, com o Brasil buscando manter o bloco como espaço de diálogo e o grupo recebendo diferentes posições sobre o tema Venezuela. A expectativa é de continuidade de negociações e de propostas que priorizem soluções políticas sem recorrer ao confronto militar.