Caso PowerPoint da Lava Jato: Deltan Dallagnol paga R$ 146 mil a Lula após condenação por danos morais


O ex-procurador Deltan Dallagnol quitou, neste mês, a indenização de R$ 146 mil a Lula, decorrente de uma condenação por danos morais ligada ao episódio conhecido como “caso do PowerPoint” da Lava Jato. O comprovante de depósito foi entregue ao Tribunal de Justiça de São Paulo, onde tramita a execução, e o montante foi arrecadado por meio de doações de apoiadores. O caso ganhou notoriedade ao longo de anos e continua a influenciar debates sobre o papel de autoridades públicas na comunicação de investigações.


Contexto do caso e desdobramentos judiciais

Em 2016, Dallagnol apresentou uma apresentação no PowerPoint para acusar Lula de chefiar uma organização criminosa vinculada à Lava Jato. A montagem com círculos e nomes circulou amplamente na imprensa e nas redes sociais, tornando-se símbolo do episódio. Anos depois, o STF reconheceu a parcialidade do então juiz Sérgio Moro na condução dos processos, o que levou à anulação de partes da investigação.


Em 2022, o STJ condenou Dallagnol ao pagamento de R$ 75 mil por danos morais a Lula; o valor foi corrigido ao longo do tempo, chegando aos R$ 146 mil com juros. Em julho, Deltan declarou ter “feito a coisa certa” e afirmou que não se arrepende da atuação.

Impactos políticos e a continuidade de desdobramentos

Além da indenização, a trajetória de Dallagnol inclui uma pendência eleitoral: eleito deputado federal em 2022, ele teve o mandato cassado pelo TSE em 2023, que entendeu ter havido exoneração voluntária para evitar possível inelegibilidade durante procedimentos administrativos. O episódio é utilizado por críticos para discutir responsabilidade institucional e a forma como comunicados públicos são usados em investigações.

Com informações da Agência Brasil.