Austrália acusa homem de 59 crimes por ataque em Bondi que deixou 16 mortos durante celebração de Hanukkah


Um tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, durante o primeiro dia do Hanukkah terminou com 16 pessoas mortas e cerca de 40 feridas, e a polícia australiana anunciou que um dos envolvidos, de 24 anos, foi formalmente acusado por 59 crimes, entre eles terrorismo. O episódio provocou comoção nacional, reforço de segurança em comunidades judaicas e mobilizou agências de inteligência no país.


Detalhes da acusação e dos suspeitos

As autoridades identificaram o homem acusado como Naveed Akram, 24 anos. Segundo a investigação, ele e o pai, Sajid Akram, 50 anos, participaram do ataque. Sajid morreu durante o confronto com policiais; Naveed sobreviveu com ferimentos graves e chegou a ficar em coma antes de ter alta do estado crítico e ser formalmente indiciado.


Entre as provas citadas pela polícia estão bandeiras artesanais com símbolos relacionados ao Estado Islâmico encontradas no veículo dos suspeitos. Investigações preliminares apontam que a ação pode ter sido motivada por ideologias jihadistas, e que os dois teriam viajado às Filipinas pouco antes do ataque — detalhe que ainda está sendo apurado, incluindo rotas e possíveis contatos durante a viagem.

Vítimas, ação de civis e resposta das equipes

As idades das vítimas variam amplamente, e entre os mortos está um rabino local. Duas policiais estão entre os feridos, e dezenas de pessoas receberam atendimento em hospitais de Sydney. Imagens e relatos mostram civis tentando ajudar feridos e, em um caso, um homem que conseguiu desarmar um dos atiradores, ação que as autoridades classificaram como corajosa e que ajudou a limitar ainda mais as vítimas.

Na cena, equipes especializadas removeram um objeto que as autoridades acreditam ser um artefato explosivo e isolarem áreas com itens suspeitos para perícia. A apuração envolve análise forense do carro, de possíveis dispositivos e de materiais encontrados no local.

Reações oficiais e avaliação de segurança

O primeiro‑ministro e ministros do governo australiano condenaram o ataque, ressaltando que violência motivada por ódio e antissemitismo não serão toleradas. A agência de segurança interna (ASIO) disse que está verificando se há conexões adicionais na comunidade e manteve o nível de ameaça do país no patamar “provável”, o que indica risco contínuo de novas ações.

Reações internacionais vieram de governos e organismos multilaterais, com condenações e manifestações de solidariedade às vítimas e à comunidade judaica australiana.

O que vem a seguir

Investigadores seguem apurando a trajetória dos suspeitos, eventuais motivações e se houve apoio ou comunicação prévia com grupos extremistas. A promotoria deverá formalizar a peça acusatória completa assim que o estado de saúde do réu permitir a condução do processo legal. Autoridades também anunciaram reforço de patrulhamento em locais de culto e eventos comunitários enquanto durarem as investigações.