Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (31), em Manaus, a delegada titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho, deu fortes declarações após a confissão de Ana Beatriz Barbosa Guimarães, 20, tia da Lorena Ferreira Rodrigues, 2, encontrada morta dentro de uma mochila no dia 27 de março de 2022, enterrado no quintal do avô, em Autazes.
Segundo a delegada Joyce Coelho, John Lenon Menezes Maia, 31, e Ana Beatriz Barbosa Guimarães, 20, tia materna da vítima, são apontados os autores do assassinato. Na ocasião do crime, a mãe da pequena Lorena deixou a filha aos cuidados da tia para poder viajar com o namorado.
Conforme Joyce Coelho, durante interrogatório, Ana Beatriz confessou todo o crime e fez um relato muito triste de tudo o que aconteceu. “Durante alguns meses essa criança passou a sofrer maus-tratos que foram se intensificando. Ela relata episódios de tortura, em que ele torturava a criança de diversas formas. Dava rasteira na criança, ela caía no chão, e batia na cabeça dela com um esfregão”, declarou a delegada.
Ainda segundo informações da autoridade policial, a informação de que John Lenon agredia a pequena Lorena com um esfregão é compatível com o traumatismo craniano, já que ele trabalhava como serviços gerais em um hospital, e esse era um dos equipamentos que ele usava.
“Ela fala que no dia 22 de março os dois espancaram a criança, e ela passou a desmaiar e acordar, obviamente em consequência dessas pancadas que ela havia recebendo na cabeça. Então, segundo a tia, ela fez a criança dormir e ao acordar no dia seguinte, percebeu que a criança já estava sem respiração. Nesse momento ele estava no trabalho e ela ligou pra ele, e então ele foi até lá para decidir o que fazer com o corpo da criança”, ressaltou.
Os tristes relatos de tortura não param, e também em confissão, Ana Beatriz diz que no dia que Lorena morreu, foi John Lenon que enrolou o corpo da vítima em um lençol e colocaram na mochila. “Segundo ela, quando passaram pela Ponte Rio Negro, a ideia dele era atirar a mochila dentro do rio e ela se negou e levou a criança na lancha rápida até o município de Autazes e foi pra casa do pai dela. Ana também disse que ficou 3 dias com a Lorena dentro da mochila e começou a exalar mau cheiro, então ela cavou um buraco, enterrou a criança e no dia seguinte, o corpo foi descoberto”, contou.
A delegada ressalta, ainda, que durante o interrogatório, a tia da criança se disse arrependida. “O relato é monstruoso de tudo o que essa criança passou durante vários meses, tanto é que ela fala que eles se aborreciam porque a Lorena chorava muito com saudades da mãe. Ela também parou de falar, ou seja, na certa a criança regrediu diante da tortura que ela sofria. Ela chegou ao absurdo de citar que ele dava rasteiras, ela caía no chão e que ele se divertia com isso” finalizou Joyce Coelho, chamando a atenção de que eles moravam em uma vila de quitinetes, em Manaus, e que provavelmente a vítima de apenas 2 anos chorava muito e esse caso nunca chegou ao conhecimento da Depca, para que pudessem resgatar a criança com vida.
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Kamyla Gomes- Portal Manaus Alerta