O Governo do Amazonas, representado pelo secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad, acompanhou a viagem e a chegada dos irmãos indígenas Glauco e Gleiçon Carvalho Ferreira, de 7 e 9 anos, respectivamente, à comunidade Palmeira, no município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus), nesta terça-feira (12).
O secretário Anoar Samad acompanhou o transporte da família junto ao secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Reginaldo Ramos, e do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Manaus, Januário Carneiro Neto.
“Esse é um momento histórico, em que as crianças retornam para casa com saúde e nós acompanhamos esse retorno por determinação do governador Wilson Lima. Trouxemos os irmãos no mês passado devido à situação delicada de saúde que enfrentavam, e agora estamos contentes em poder testemunhar essa volta”, afirmou Anoar.
Com ansiedade, felicidade e emoção estampada no rosto pelo retorno à comunidade de origem, os pais das crianças, Rosinete Carvalho e Claudionor Ferreira, agradeceram o apoio que receberam durante a permanência em Manaus para o tratamento dos filhos.
A recepção em Manicoré foi marcada por uma grande festa e carreata na chegada à sede do município. Do aeroporto, as crianças embarcaram em uma lancha rápida até a comunidade indígena Palmeira, na região do rio Capanã.
O sanfoneiro Miguel Galdino, de 68 anos, que auxiliou nas buscas pelas crianças durante o tempo em que elas ficaram desaparecidas, aguardava a chegada das crianças com ansiedade.
“Aqui em Manicoré, na comunidade deles, as pessoas estão à espera. A alegria de todos os pais de família, mães de família, porque todos têm filhos. A alegria da família deles e do povo de Manicoré, eles voltando com saúde, alegres. Estamos querendo ver eles e cuidar daqui para frente”, afirmou o músico.
Glauco e Gleiçon embarcaram para Manicoré na manhã desta terça-feira (12/04), após ficarem 21 dias internados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste (HPSC-ZO). Eles receberam alta hospitalar na última quarta-feira (06/04). As crianças deram entrada na unidade de saúde, com quadro grave de desnutrição, desidratação e com escoriações na pele, após ficarem 27 dias perdidos na floresta.
Homenagem
Após receberem alta, os irmãos foram levados para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), vinculada ao Ministério da Saúde, e na segunda-feira (11/04) receberam homenagem do Comando Militar da Amazônia (CMA), no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), como demonstração da admiração e o respeito às crianças sobreviventes. Durante a formatura militar, Glauco e Gleiçon receberam distintivo do Estágio de Adaptação à Selva.
Quadro de saúde
Após a transferência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea da SES-AM no dia 17 de março, as crianças foram acompanhadas por equipe multidisciplinar durante todo o período em que permaneceram no HPSC-ZO. De acordo com boletim médico, eles apresentaram condições clínicas para a alta hospitalar no dia 5 de abril.
Com alimentação diferenciada durante o período de internação, o caçula, Glauco, foi internado com 12 quilogramas (kg) de peso e saiu com 18,7kg. Já o irmão mais velho, Gleiçon, pesava 18kg quando deu entrada na unidade de saúde, e deixou o hospital pesando 26kg. Glauco apresentou um quadro de insuficiência renal e se recuperou; as infecções foram curadas e as lesões de pele estão em fase de cicatrização.
Segundo o coordenador do DSEI Manaus, Januário Neto, as crianças terão acompanhamento da equipe médica, de enfermagem e odontológica na comunidade onde vivem, por meio do Polo Base de Saúde Indígena Capanã.
Com informações da assessoria