O ex-ministro da Justiça e principal aposta da chamada ‘terceira via’, Sergio Moro, pode acabar disputando o Senado caso sua pré-candidatura à presidência da República não decole até fevereiro. Segundo a colunista Carolina Brígido, caso Moro não chegue próximo dos 15% nas enquetes até o segundo mês do ano (hoje o ex-juíz não passa dos 9%) Moro abrirá mão de tentar a cadeira de chefe do Executivo.
De acordo com interlocutores próximos ao ex-magistrado, Moro deverá ter um mandato em 2023, seja qual for. Isso teria se tornado ainda mais necessário após as suspeitas levantadas pelo Tribunal de Contas da União de que o ex-ministro de Bolsonaro teria atuado em um “conflitos de interesses, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas” quando foi contratado pela consultoria americana Alvarez & Marsal— escritório que administrou judicialmente a Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato (um dos alvos dos processos que Moro conduzia quando juíz).
No dia 29 de dezembro de 2021, o ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), por ordem do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, determinou que a consultoria revele os serviços prestados por Moro e os valores pagos por ele . Moro, em resposta, disse que “repudia a insinuação leviana” da Corte.
Se o caso avançar, as informações prestadas pela consultoria americana culminar na abertura de uma investigação judicial contra o pré-candidato. Assim, caso Moro foro privilegiado a partir de 2023, responderia apenas perante ao STF (Supremo Tribunal Federal).