William Alemão sugere que idealizadores de festa clandestina paguem cestas a artistas

A ocorrência registrada no último fim de semana em um condomínio de luxo de Manaus, levou o vereador William Alemão (Cidadania) a sugerir, nesta segunda-feira (29), que os idealizadores da festa clandestina sejam punidos com o pagamento de duas mil cestas básicas. Os valores seriam repassados pela Manauscult, a profissionais que atuam no meio artístico e que têm sofrido diretamente com a falta de eventos, em decorrência da covid-19.

A proposta apresentada na sessão plenária também serviu de advertência para outras aglomerações festivas, por descumprimento ao decreto governamental e desrespeito aos cuidados que todos devem ter nesse momento de pandemia.

“Fiquei sabendo que um dos integrantes da festa pediu desculpas nas redes sociais. Tem que pedir desculpas para todos os profissionais da área que, provavelmente, estão de novo recebendo pedradas, acusados de serem os verdadeiros culpados; logo essa categoria, que está há mais de um ano sem trabalhar. Então, se a questão é dinheiro, por que não doar duas mil cestas básicas para a Manauscult distribuir a esses profissionais? E, além do pedido de desculpas, peço que as investigações da Polícia Civil continuem para esse caso”, disse o vereador.

Além de se mostrar indignado com o que chamou de “terror”, o que alguns grupos têm feito para levantar a questão e culpar profissionais sérios, Alemão fez um contraponto a essas manifestações, ao citar outro evento realizado no mesmo dia da festa do condomínio de luxo, em que os protagonistas cumpriram todas as recomendações sanitárias exigidas, do início ao fim do show.

“Todos os profissionais que foram trabalhar na live do Uendel Pinheiro fizeram o teste de Covid na entrada. Um evento que deu mil e oitocentas pessoas de forma online; no local não havia ninguém, somente os profissionais trabalhando, cantando, com todo afastamento necessário. Todo o meu respeito ao evento que foi feito, não a esse crime, que mais uma vez é colocado por essas aglomerações, sem respeito nenhum aos decretos, à população e à vida”, disse.

Barbearias

Ainda em relação a decretos sobre medidas para conter o avanço da pandemia, William Alemão propôs que o horário de funcionamento de estabelecimentos como barbearias seja ampliado até 20h, nos mesmos moldes dos serviços homônimos que funcionam dentro dos shoppings centers.

“Eu gostaria muito de agradecer o nosso prefeito por ter se solidarizado com as feiras e, por meio de ofício, sensibilizar o governador para colocar o horário das mesmas até às vinte horas, nesta Semana Santa. Mas, aproveitando a deixa, ele poderia ver a possibilidade de esticar um pouco mais o comércio, pois é inadmissível que uma barbearia do shopping possa ir até vinte horas, enquanto a barbearia de rua tem que fechar às dezessete”, criticou.

O vereador voltou a citar o estado de calamidade pública vivido por parte da população, pela falta de empregos, e insistiu no retorno imediato do comércio.

“Não vou levantar a questão da terceira onda, pois acredito que não venha, mas estamos vivendo uma calamidade pública por falta de empregos. E quanto antes o comércio voltar a funcionar, melhor. Não pode ficar achatado do jeito que está tendo hora para fechar. Olha o exemplo dos bancos, que têm filas quilométricas e demitem funcionários, alegando que é a culpa é da Covid, só para piorar ainda mais um serviço ruim. Toda semana, nós vemos mega supermercados sendo abertos e pequenos falindo. Vamos lembrar que a nossa cadeia de emprego começa no pequeno comerciante, aquele que dá dois, três empregos, e está quebrando, porque não consegue trabalhar”, ressaltou.

Audiência Pública

Durante o pronunciamento, William Alemão fez referência a Audiência Pública realizada na última sexta-feira (26/3), com a Amazonas Energia, sugerindo que os vereadores façam uma visita à empresa, para verificar e cobrar o cumprimento das reivindicações advindas da população.

O parlamentar considerou insatisfatória a performance da concessionária no debate, criticou a falta de transparência e cobrou melhorias no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), que é prestado de forma bastante deficitária à população, segundo ele.

“A nossa Amazonas Energia veio aqui, desculpa a expressão, para encher linguiça. Não ouvi nenhuma resposta séria, objetiva e nenhum questionamento. Vamos visitar a empresar, isso não pode parar. Esta casa tem que ser respeitada”, disparou.

A audiência foi coordenada pela 19ª Comissão de Defesa do Consumidor (Comdec/CMM) e contou com a presença do vice-presidente da empresa, Radyr Oliveira, além de representantes dos órgãos de defesa do consumidor e outros vereadores da casa legislativa.

 

Com informações da Assessoria