O Ministério Público Federal (MPF) está exigindo que a Funai interdite áreas de suposta presença de povos indígenas isolados no Amazonas. A recomendação vem em meio a controvérsias sobre a autenticidade das provas apresentadas e possíveis impactos econômicos e sociais nos municípios envolvidos.
Na região do igarapé Caribi, que abrange os municípios de Silves e Itapiranga, a Funai não conseguiu confirmar a presença de indígenas isolados durante expedições. Ainda assim, o MPF considera "alta a probabilidade" de existência desses povos, apoiando-se em relatos, uma fotografia contestada por perícia e indícios frágeis. Caso a recomendação seja seguida, empreendimentos de gás e madeira de R$ 6 bilhões podem ser suspensos, colocando as cidades em risco de esvaziamento total.
A interrupção das atividades econômicas afetará diretamente o abastecimento de energia em Roraima, que depende do gás natural da região. Além disso, a população de Silves e Itapiranga corre o risco de ser removida, transformando as cidades em verdadeiros "esqueletos urbanos".
A população que reside dentro do perímetro definido para a interdição será obrigada a deixar suas casas, uma vez que a portaria de restrição de uso determina a remoção de todas as pessoas da área para garantir a proteção dos supostos povos indígenas isolados. Essa medida impactará diretamente famílias que vivem na região há décadas, forçando o abandono de propriedades e de suas fontes de sustento.
O fechamento de comércios locais, o desemprego em massa e o colapso da economia regional são cenários possíveis caso as interdições sejam realizadas. Rodovias estratégicas, como a AM-330 e a AM-363, também podem ser interditadas, ampliando ainda mais os impactos negativos e acelerando o processo de declínio econômico e social nas cidades.
Uma fotografia apresentada pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) como evidência da presença dos indígenas foi analisada por perícia técnica e apontada como possivelmente manipulada. Segundo o perito Allan Reis, a imagem apresenta sinais de adulteração, levantando suspeitas sobre sua autenticidade.
O MPF deu um prazo de 10 dias para que a Funai responda às demandas, sob ameaça de responsabilização judicial por omissão. Além disso, organizações contrárias à exploração de recursos, como o Cimi e a CPT, estão sendo informadas, enquanto empresas responsáveis pelos empreendimentos ainda não receberam notificações.
Apesar de admitir a falta de evidências concretas durante expedições, a Funai defende que novos estudos são necessários para determinar a real presença de indígenas isolados. No entanto, as atividades de exploração seguem sob pressão para serem interrompidas.
Com informações do portal BNC Amazonas
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