Explosão em Brasília: Homem morto na Praça dos Três Poderes anunciou ataque nas redes sociais e tinha histórico de ataques contra STF e políticos.
Na noite de quarta-feira, 13 de novembro, uma explosão chocou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, levando pânico ao coração da capital federal. O autor do atentado foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, um homem com histórico de discursos radicais nas redes sociais e envolvimento em teorias conspiratórias de extrema-direita. Francisco Luiz, também conhecido como "Tio França", foi encontrado morto no local do incidente, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Natural de Santa Catarina, Luiz se candidatou a vereador em 2020 pelo PL (Partido Liberal) na cidade de Rio do Sul, associando-se ao partido que, à época, apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, o homem compartilhava mensagens anticomunistas, inspiradas em movimentos como o QAnon, amplamente difundido entre extremistas nos Estados Unidos.
Veja Também:
Polícia faz varredura na Praça dos Três Poderes após explosões
Polícia Federal abrirá inquérito sobre suposto atentado em Brasília
Francisco Luiz costumava fazer publicações atacando diretamente o STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Na noite do atentado, pouco antes da explosão, ele compartilhou uma postagem em tom ameaçador. No texto, ele fazia referência direta ao evento, mostrando sinais de premeditação.
“Distrito Federal Brasília 13 novembro 2024. Eu: Francisco Wanderley Luiz, mais conhecido como Tio França (ETE x PNEU) ‘Miguel’. Sugiro a vocês uma data especial para iniciar uma revolução. Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da república! Em espírito estarei na linha de frente com minha espada erguida. DEUS NOS ABENÇOE", escreveu Luiz.
O perfil de Francisco Luiz no Facebook foi desativado horas após a explosão, mas as publicações anteriores deixaram um rastro de evidências sobre suas intenções. Ele compartilhava constantemente mensagens para si mesmo via WhatsApp e publicava capturas de tela em seu perfil, reforçando seu discurso de ódio contra figuras políticas e instituições do país.
Em uma postagem de agosto, Luiz compartilhou uma foto dentro do plenário do STF, escrevendo: "Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo", acompanhada de uma citação bíblica: Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda).
Nas redes sociais, "Tio França" seguia diversas páginas de grupos de direita e conservadores, incluindo Movimento Avança Brasil, Espaço Enéas Carneiro, Terça Livre, Brasil Paralelo, e Jornal da Cidade Online. Sua conta no X (antigo Twitter) apresentava o mesmo padrão de comportamento, com frequentes retuítes de páginas ligadas a teorias conspiratórias e apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em sua candidatura a vereador pelo município de Rio do Sul (SC) em 2020, Francisco Luiz declarou à Justiça Eleitoral ter o Ensino Médio incompleto, ser casado e possuir um patrimônio de aproximadamente R$ 263 mil, incluindo quatro veículos e um prédio residencial. Apesar de sua tentativa, ele não conseguiu se eleger.
A explosão na Praça dos Três Poderes ocorreu pouco após as 20h e deixou marcas de destruição no local. O carro de Francisco Luiz continha explosivos, e testemunhas relataram que o barulho foi ouvido a várias quadras de distância. A Polícia Federal está investigando o caso como um possível ato de terrorismo doméstico, dado o perfil e as mensagens publicadas pelo autor.
https://www.youtube.com/watch?v=UX2NAU3yuQQ
O incidente em Brasília expõe, mais uma vez, os riscos associados ao discurso de ódio e à radicalização política, que encontraram terreno fértil nas redes sociais.
A investigação segue em andamento, e novas informações serão atualizadas conforme o desenrolar do caso.
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!