Em voto apresentado nesta sexta-feira (12) no plenário virtual, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) acompanhou integralmente o relator, ministro Gilmar Mendes, no julgamento que define critérios de aplicação do foro por prerrogativa de função. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado esclarecimentos sobre quatro pontos centrais:
Em 2018, o STF havia restringido o foro por prerrogativa de função, determinando que apenas crimes relacionados ao exercício do mandato permaneceriam na Corte. Em março de 2025, o tribunal reviu esse posicionamento e passou a entender que, nos casos de crimes funcionais, o foro deve ser mantido mesmo após a saída do cargo. O julgamento em curso busca justamente uniformizar os critérios práticos dessa nova orientação.
Gilmar Mendes defendeu que a nova regra seja aplicada a processos em andamento, determinando a remessa imediata ao STF de ações que tramitem em instâncias inferiores, inclusive aquelas em fase final. Em situações de exercício sucessivo de cargos com foros distintos, prevaleceria a competência do tribunal de maior grau. O relator também propôs estender as mesmas regras a autoridades do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, das Forças Armadas e de carreiras diplomáticas.
Com o voto de Moraes igual ao do relator, o plenário segue com o prazo aberto até 19 de junho para que os demais ministros se manifestem. A aplicação imediata da mudança pode resultar na remessa de casos em fase final ao STF, o que levanta debate sobre impacto na sobrecarga da Corte e nas instâncias inferiores. O desfecho do julgamento deverá definir regras práticas para a definição de foro em investigações e ações penais envolvendo autoridades.
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