Moraes retira sigilo de vídeos de testemunhas da trama golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou na terça-feira (3) o sigilo das gravações dos depoimentos das 52 testemunhas de defesa e de acusação dos réus do núcleo 1 da trama golpista.

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Os depoimentos começaram no dia 19 de maio e foram encerrados ontem. Apesar de profissionais da imprensa acompanharem presencialmente as audiências das testemunhas durante o período, a gravação de áudio e imagem das declarações não foi permitida pelo ministro para evitar que as testemunhas pudessem combinar versões dos depoimentos.

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Com o fim dos depoimentos, as gravações foram liberadas.

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Os vídeos mostram os principais depoimentos das testemunhas acusação, que confirmaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou estudos jurídicos para viabilizar de decretação de um Estado de Sítio e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país.

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Por outro lado, testemunhas de defesa de Bolsonaro e dos demais réus negaram que os acusados tenham participado da trama golpista e que o ex-presidente tenha solicitado os estudos para as ações golpistas ou cogitado impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Advertência

No primeiro dia de depoimentos, o general Marco Antônio Freire Gomes foi advertido por Alexandre de Moraes ao tentar minimizar suposta fala do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que teria colocado a força à disposição das pretensões golpistas de Bolsonaro durante um reunião com os comandantes das Forças Armadas, em 2022.

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“O senhor falseou a verdade na polícia ou está falseando aqui.”, afirmou Moraes.

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Em seguida, o general disse que “em 50 anos de Exército, jamais mentiria” e esclareceu que Garnier falou que “estava com o presidente”, mas que não caberia a ele interpretar o objetivo da declaração.

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Freire Gomes negou que tenha dado voz de prisão a Jair Bolsonaro durante reunião na qual teria sido sugerida a adesão das tropas à tentativa de golpe.

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“Não aconteceu isso [voz de prisão], de forma alguma. Eu alertei ao presidente que se ele saísse dos aspectos jurídicos, além de não concordamos com isso, ele seria implicado juridicamente”, afirmou.

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Reunião Golpista

Durante a audiência realizada no dia 21 de maio, o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior confirmou que participou de uma reunião na qual foi apresentados por Bolsonaro mecanismos de decretação de estado de sítio e de uma GLO.

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O ex-comandante também confirmou que o general Freire Gomes disse que daria voz de prisão a Bolsonaro se as medidas fossem decretadas. No depoimento prestado ao Supremo, Gomes negou que tenha dado voz de prisão a Bolsonaro.

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"Freire Gomes é uma pessoa polida, educada, não falou com agressividade, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, calma, mas colocou exatamente isso. Se fizer isso, vou ter que te prender", afirmou.

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Interrogatórios

Ontem, Alexandre de Moraes marcou os depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus na ação da trama golpista para 9 de junho. Os interrogatórios serão feitos presencialmente na sala de julgamentos da Primeira Turma da Corte.

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O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator nas investigações. Em seguida, Bolsonaro e dos demais vão depor em ordem alfabética.

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A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.

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Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

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Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;

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General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

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Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

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Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

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Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;

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Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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Ameaça de prisão

No dia 23 de maio, Moraes ameaçou prender o ex-deputado federal e ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, chamado para depor na condição de testemunha de defesa de Almir Garnier.

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O episódio ocorreu após Aldo tentar interpretar a suposta fala de Garnier de que a Marinha estaria à disposição para ações golpistas.

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Aldo disse que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão" e foi logo interrompido pelo ministro, que pediu ao ex-ministro para responder aos questionamentos objetivamente.

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Ao ser repreendido, Aldo Rebelo disse que não admitia censura, mas a fala irritou Moraes.

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“Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, disse Moraes.

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Circo

Durante o depoimento de Freire Gomes, Moraes se irritou com o advogado Eumar Novak, responsável pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

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Após o advogado repetir várias vezes o mesmo questionamento sobre a participação de Torres em reuniões com a presença do general Freire Gomes, Moraes disse que a defesa não pode tentar induzir as testemunhas.

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“Não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que Vossa Excelência faça circo no meu tribunal. Não adianta ficar repetindo seis vezes a mesma pergunta”, disse.

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Tarcísio

Em um dos depoimentos mais esperados, o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, depôs como testemunha de defesa de Bolsonaro e disse que o ex-presidente nunca mencionou qualquer tipo de medida de ruptura institucional.

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"Na reta final [do governo], tivemos várias conversas, jamais se tocou nesse assunto, jamais mencionou ruptura”, garantiu.

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Com informações da Agência Brasil

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