O governo venezuelano libertou 60 opositores detidos no contexto das eleições presidenciais de 2024, marco que intensificou o debate sobre as liberdades civis no país. O pleito, que garantiu a Nicolás Maduro um terceiro mandato, ocorreu em meio a denúncias de fraude apresentadas pela oposição. Desde aquela votação, o regime prendeu milhares de cidadãos críticos, com estimativas oficiais apontando cerca de 2.400 detenções; mais de 2.000 já teriam sido libertadas, segundo fontes oficiais, enquanto organizações da sociedade civil apontam um quadro mais granular de prisões políticas.
Libertações de Natal: o que muda para a oposição
As libertações que incluíram dezenas de opositores começaram na madrugada de 25 de dezembro, segundo o Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos (Clippve). Diretoras da organização disseram à AFP que, embora o gesto seja positivo, não resolve a ampla pauta de presos políticos nem garante a plena liberdade de todos os que foram detidos por críticas ao governo. A confirmação de detalhes específicos sobre as solturas, como condições ou limites, não é clara até o momento.
Até agora, as informações sobre o estado das libertações são fragmentadas. A Procuradoria Geral não divulgou, até o fechamento desta apuração, um balanço oficial definitivo das solturas nem de condições impostas aos liberados, o que mantém dúvidas sobre eventual monitoramento ou restrições futuras.
Panorama das prisões políticas após as eleições e perspectivas
Além do número de libertados, o panorama pós-eleições revela divergências entre fontes oficiais e organizações de direitos humanos. Enquanto autoridades federais indicam que grande parte dos detidos já foi posta em liberdade, ONGs estimam que ainda existem centenas de opositores sob custódia ou em regimes restritos, o que alimenta críticas à condução do processo eleitoral e à repressão política no país.
A Justiça Encuentro y Perdón, uma ONG de direitos humanos, registrou que havia pelo menos 1.085 prisioneiros políticos antes das libertações deste Natal, o que sugere que, mesmo com os avanços, um contingente significativo permanece detido por motivos políticos. Analistas destacam que as libertações, embora relevantes para reduzir a tensão imediata, não substituem reformas democráticas nem garantem o fim da perseguição a críticos do regime.





