
Uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinada pelos chefes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu — Ursula von der Leyen e António Costa — deixa claro que a União Europeia continua comprometida com a assinatura do Acordo de Parceria Mercosul–União Europeia, assim como do Acordo Provisório de Comércio, com previsão de formalização no início de 2026. O documento reconhece o papel estratégico do Brasil no processo e admite o adiamento causado por trâmites internos no Conselho Europeu, ainda em etapas avançadas de conclusão.
Contexto: duas décadas de negociação e a importância econômica do acordo
O texto reforça que as tratativas entre os blocos são de longa data e visam alinhar interesses políticos, comerciais e estratégicos entre a União Europeia e os países do Mercosul. Embora a assinatura não tenha ocorrido na data originalmente prevista, o objetivo de fechar o acordo permanece inalterado, com a expectativa de que os acordos complementares avancem paralelamente aos trâmites institucionais.
O que a carta sinaliza e seus impactos práticos
Segundo o documento, as negociações seguem “em fase avançada”, com a orientação de concluir tudo no início de 2026 e definir a data exata de comum acordo com o Mercosul. Os líderes europeus destacam ainda a necessidade de Lula dialogar com os demais Estados-membros do bloco sul-americano para viabilizar o desfecho do processo de forma conjunta e responsável.
Próximos passos e cenários para Brasil e Mercosul
Com o intuito de manter o ritmo diplomático, o encontro entre as autoridades brasileiras e europeias deve intensificar o alinhamento de posições sobre questões comerciais, sanitárias e ambientais que costumam figurar entre as maiores fricções em acordos desse porte. O Brasil, por sua vez, passa a atuar como elo entre o governo de Lula e os demais parceiros do Mercosul, buscando consenso para que a assinatura ocorra dentro do calendário proposto pela UE.
A expectativa é de que o acordo, se fechado, trará impactos significativos para setores agrícolas, manufaturados e de serviços, além de influenciar padrões regulatórios e padrões ambientais. Enquanto isso, a carta sinaliza que o empenho político permanece firme, mesmo diante de atrasos administrativos, apontando para um desfecho que dependerá de acordos internos e de um trabalho diplomático coordenado entre as partes.





