TST reconhece greve dos Correios como legal e mantém reajuste de 5,10% com desconto de faltas em três parcelas até a data-base de agosto


O Tribunal Superior do Trabalho encerrou o dissídio envolvendo os trabalhadores dos Correios, reconhecendo que a greve deflagrada em dezembro não foi abusiva e mantendo, por meio de sentença normativa, as cláusulas salariais acordadas anteriormente. A paralisação, que durou duas semanas, causou impactos diretos no serviço postal e no planejamento financeiro da estatal e das entidades sindicais.


Principais pontos da decisão e impactos no dia a dia dos Correios

A ministra relatora, Kátia Magalhães Arruda, manteve o reajuste de 5,10% sobre os salários, indexado à inflação do período até a data-base, fixada para 1º de agosto. O acordo coletivo vigente permanece válido por um ano, assegurando a reposição salarial prevista para 2024/2025.


Quanto às faltas durante a greve, ficou definido que as ausências registradas serão descontadas dos salários, em parcelas mensais, pagas de forma individualizada a cada trabalhador. A decisão também confirmou a necessidade de manter 80% do efetivo em atividade, reconhecendo a natureza essencial do serviço postal.

No âmbito financeiro, a companhia atravessa um cenário de déficits bilionários. A direção anunciou a possibilidade de fechamento de milhares de agências e demissões de dezenas de milhares de empregados, além da avaliação de um aporte de até 12 bilhões de reais por meio de linhas de crédito com bancos públicos.

A data-base de 1º de agosto molda o prazo de vigência das cláusulas atuais; caso não haja acordo novo, as regras deverão ser reestabelecidas a partir de 2026, com negociações entre sindicato e empresa para definir novos termos contratuais.

Empunhando o tom da negociação, Emerson Marinho, secretário-geral da Fentect, ressaltou que o veredito representa um avanço importante na defesa de direitos e da reposição salarial em meio à crise financeira da empresa. Procurada, a direção dos Correios não confirmou detalhes do veredito até o fechamento desta edição.

Com informações da Agência Brasil.