Trump assina decreto para reclassificar a maconha como droga menos perigosa nos EUA e abrir espaço para pesquisas médicas


Um decreto assinado pela administração dos Estados Unidos orienta o procurador-geral a avançar com rapidez na reclassificação da maconha na lista de substâncias controladas, sinalizando a possibilidade de enquadrá-la em uma categoria menos rígida no âmbito federal. A medida não legaliza o uso recreativo em nível federal — as regras continuam dependentes da legislação de cada estado, onde a situação varia entre proibição, uso médico ou, em alguns locais, uso recreativo. Defensores da mudança destacam que a reclassificação pode reduzir punições associadas à posse, ampliar recursos para pesquisas médicas sobre a droga e simplificar o caminho para bancos e investidores que desejam atuar no setor.


Contexto histórico e o que muda

Historicamente, a maconha tem sido mantida sob a mesma classificação federal de substâncias de alto potencial de abuso, sem uso médico aceito, o que dificulta pesquisas clínicas e cria barreiras regulatórias. Se a agência de controle de drogas (DEA) concordar com a recomendação, a maconha poderia migrar para uma categoria menos rígida, aproximando-a de analgésicos comuns em termos de regulação. Autoridades ressaltam que o objetivo é ampliar pesquisas médicas e avaliar usos terapêuticos, além de aprofundar o entendimento dos riscos. Mesmo com a reclassificação, o uso recreativo permanece ilegal a nível federal; as regras variam por estado, com 24 deles já legalizando em algum nível. O debate também envolve o impacto sobre a indústria, bancos e investidores que miram o setor. Dados do CDC apontam que a maconha é a droga ilícita mais consumida globalmente e nos EUA; quase 20% da população adulta dos EUA a utiliza pelo menos uma vez ao ano.


Impactos para pesquisa, indústria e justiça

Caso a reclassificação avance, pesquisas médicas podem ganhar fôlego com maior facilidade de licenciamento e parcerias entre universidades e empresas, além de ampliar o financiamento para estudos sobre benefícios terapêuticos e riscos associados. Do lado financeiro, a mudança reduz barreiras para que bancos lidem com operações de empresas do setor, o que pode atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas. No aspecto social, especialistas ressaltam que a medida não resolve questões históricas de justiça criminal relacionadas à posse de drogas, especialmente em populações vulneráveis, mas pode contribuir para uma política de drogas mais orientada por evidências.

Próximos passos e limites legais

A DEA é o órgão responsável por revisar a recomendação e, se considerar adequada, formalizar a mudança por meio de processos regulatórios. Esse caminho pode levar meses ou até anos, dependendo de avaliações técnicas e politics internas. Mesmo com a possível reclassificação, o uso recreativo continua sob proibição federal, e a implementação prática dependerá de ações coordenadas entre agências federais, Estados e o Congresso. Especialistas destacam que se trata de um passo regulatório relevante, com impactos diretos para pacientes, pesquisadores, profissionais do setor e o ecossistema financeiro, mas não de uma reforma ampla das políticas de drogas.