O secretário de Estado dos Estados Unidos Antônio Blinken disse nesta terça-feira (22), que não prosseguirá com a reunião com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, depois que a Rússia enviou tropas ao leste da Ucrânia como parte do que líderes ocidentais descreveram como o início de uma invasão mais ampla.
“Agora que vemos que a invasão está começando, e a Rússia deixou claro sua rejeição total à diplomacia, não faz sentido avançar com essa reunião neste momento”, disse Blinken em comentários do Departamento de Estado.
O secretário disse que enviou uma carta a Lavrov para cancelar a reunião, mas deixou a porta aberta para a diplomacia.
“Pessoalmente, continuo comprometido com a diplomacia se a Rússia estiver preparada para tomar medidas demonstráveis para fornecer à comunidade internacional algum grau de confiança de que leva a sério a redução da escalada e a busca de uma solução diplomática”, disse ele.
Os EUA e parceiros internacionais anunciaram na terça-feira sanções contra indivíduos russos e suas instituições financeiras em resposta a uma dramática escalada da Rússia contra a Ucrânia, com o presidente russoVladimir Putinmobilizar tropas russas para o território do seu vizinho.
Putin procurou justificar a intervenção militar na Ucrânia reconhecendo como independentes duas regiões separatistas na parte sudeste do país, conhecidas como Donbas. Essa área é onde as autoridades ocidentais dizem que a Rússia em 2014 fabricou uma revolta separatista e a apoiou com uma presença militar secreta, apoio financeiro aberto e uma campanha de propaganda alegando que Moscou estava trabalhando para defender os russos étnicos na região.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, chamou o reconhecimento de Putin da independência do território ucraniano de “absurdo”.
“Na verdade, o que Putin reconheceu não é a chamada República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk, ele reconheceu sua responsabilidade direta pela guerra contra a Ucrânia, uma guerra não provocada e injustificada contra outro estado soberano da Europa, que a Rússia agora intensifica.”
Kuleba saudou as sanções impostas pelos EUA e pediu que mais medidas fossem impostas contra a Rússia.
“O mundo deve responder com todo o seu poder econômico para punir a Rússia pelos crimes que já cometeu e antes dos crimes que planeja cometer. Acerte a economia da Rússia agora e acerte com força.”
Com informações da Gazeta Brasil