Resultados do Enem 2021 sairão em 11 de fevereiro, diz Inep

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 serão divulgados em 11 de fevereiro, segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas.

Nessa data, os candidatos poderão consultar o boletim com as notas individuais em cada prova (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação).

O gabarito extraoficial do Enem será publicado ainda nesta semana, na quarta-feira (1º). Ele só permite, no entanto, que o aluno saiba seu número total de acertos.

Como a prova é corrigida pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), a nota final não é calculada apenas com base na porcentagem de respostas corretas.

Ela detecta a “coerência” no desempenho do aluno: se ele acertou questões muito difíceis, por exemplo, e errou as consideradas fáceis, provavelmente “chutou” as alternativas. A TRI detecta essa incongruência e atribui menos pontos ao candidato.

Duas pessoas que acertarem 120 de 180 questões podem tirar notas totalmente diferentes, portanto. Entenda mais sobre esse “método antichute” aqui.

Taxa de abstenção

A edição de 2021 teve taxa de abstenção de 29,9%, segundo o Inep.

No primeiro domingo de prova (21), 26% dos inscritos não haviam comparecido à avaliação.

São índices inferiores aos da edição passada, quando, no auge da pandemia de Covid-19, 51,5% dos participantes faltaram.

Mandados de prisão

Houve 31 mandados de prisão cumpridos durante o Enem 2021, sendo 27 no primeiro domingo e 4 no segundo, afirma Cléo Mazzotti, delegado da Polícia Federal.

Foram referentes a sequestro, tráfico de drogas, estupro de vulnerável e outros crimes graves, explica.

Acesso prévio ao Enem

Durante a coletiva de imprensa, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que não interferiu na prova. Se tivesse exercido alguma influência, “determinadas questões” talvez tivessem ficado de fora, afirmou.

Ribeiro também foi questionado por jornalistas sobre seu desejo de ter acesso prévio ao Enem. Em junho, ele afirmou que poderia ver a prova antes. Depois de críticas sobre censura, voltou atrás.

“Quando percebi que ter acesso à prova traria mais prejuízo que benefício aos estudantes, dei um passo atrás. Abri mão de um direito”, disse.

“Não é possível que se entenda que o ministro da Educação não possa ver a prova (…), considerando que os funcionários em posição mais inferior têm esse acesso.”

Tentativas de interferência no Enem

Servidores do Inep, instituto que organiza o Enem, denunciaram que sofreram assédio e pressão psicológica para evitar questões polêmicas que pudessem incomodar o governo.

Em decisão conjunta, 37 deles pediram demissão.

Um grupo de funcionários também se queixou de episódios de assédio moral e disse que o presidente do Inep, Danilo Dupas, estava se eximindo de responsabilidades importantes para organização do exame.

As queixas e os documentos reunidos vão ser analisados pelo Tribunal de Contas da União, para apurar se houve alguma tentativa de interferência do governo na prova.

Tanto o Ministério da Educação quanto o Inep negaram as acusações.

Em 15 de novembro, logo após as denúncias de tentativa de interferência ideológica no Enem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as questões da prova começavam a “ter a cara do governo”.

Dois dias depois, ele disse que não chegou a ver as perguntas. Afirmou que, se tivesse tido acesso à avaliação, ela teria “mudado para sempre, com questões objetivas”.

Reaplicação do Enem

Mesmo diante da abstenção recorde no Enem 2020, o Inep não mudou o edital: aqueles alunos que estavam isentos, não fizeram a prova e não justificaram a ausência perderam o direito à gratuidade da taxa de inscrição em 2021.

Apenas argumentos como doenças infectocontagiosas ou mortes na família foram aceitos – quem deixou de fazer a prova por medo de contrair Covid-19 só poderia, a princípio, participar do Enem 2021 pagando a taxa de R$ 85.

Com isso, apenas 3.109.762 inscrições haviam confirmadas (menor número desde 2005).

Após ser acionado por partidos políticos e por entidades, o Supremo Tribunal Federal determinou que as inscrições para esses candidatos fossem reabertas.

Esse grupo fará a reaplicação do exame em 9 e 16 de janeiro de 2022, na mesma data que as pessoas privadas de liberdade (Enem PPL).