O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), disse nesta sexta-feira que poderá concluir que houve o crime de genocídio contra a população de Manaus no começo do ano. A capital do Amazonas foi a primeira grande cidade brasileira a ser atingida pela segunda onda da pandemia e sofreu com a falta de oxigênio, enquanto o governo federal tomava medidas para promover o tratamento precoce com remédios sem eficácia comprovada. As informações são do IG.
Ele também voltou a dizer que o documento poderá incluir o crime de genocídio contra a população indígena. Documentos do Ministério da Saúde em posse da CPI mostram que houve a distribuição de cloroquina, ineficaz no combate à Covid-19, em aldeias indígenas. Outro relatório da pasta apontou que o esforço de vacinação na população indígena foi atrapalhado pela atuação de líderes religiosos e pela disseminação de “fake news”, como por exemplo a informação falsa de que a imunização transformaria gente em jacaré.
Renan participou nesta sexta-feira de uma videoconferência com advogados do grupo “Prerrogativas”, que está ajudando na elaboração do relatório. Renan pretende apresentá-lo na semana que vem.
“Em função do que se investigou, do farto material probatório, é importante que antecipemos esse debate, com encaminhamentos, com comunicações, com petições para o Tribunal Penal Internacional, levando em consideração os crimes comuns, os crimes de responsabilidade, os crimes contra a saúde, os crimes contra a humanidade, e estamos também estudando sobre a específica utilização do crime de genocídio com relação aos indígenas e até eventualmente com relação ao que ocorreu lá em Manaus, no estado do Amazonas”, disse Renan.
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