A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para a importância de se tornar um doador, gesto que vai fazer a diferença na vida de pessoas que aguardam na fila nacional, por um transplante de órgão. No estado, os transplantes de córneas, fígados e rins apresentaram queda, e o principal fator tem sido a recusa das famílias em doar órgãos.
A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, ressalta que a disposição das famílias em autorizar a doação de órgãos é um desafio que vem sendo enfrentado em todo o país. As razões apresentadas pelos familiares são as mais diversas, incluindo medo e mitos que precisam ser derrubados. O ideal, diz ela, é deixar registrado e comunicar à família sobre o desejo de ser um doador. “Trata-se de um gesto simples, que pode salvar a vida de alguém que espera por um transplante”, afirma.
De acordo com a Central de Transplantes da SES-AM, em 2022 foram realizados 116 transplantes de córnea no Amazonas, contra 90, em 2023. A captação de órgãos sólidos (fígado e rim) também teve queda em 2023, em comparação ao ano anterior. Em 2022, foram realizadas 40 captações de rins. Em 2023, a Central conseguiu captar apenas três fígados e 10 rins.
Conforme a Central de Transplantes, muitas famílias recusam a doação de órgãos, por não entenderem o que é a morte encefálica – quando acontece a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. É nesse momento que os órgãos precisam ser retirados para doação. O tempo é crucial, já que os órgãos precisam ser preservados.
A queda no número de doações, conforme avalia a Central de Transplantes, se acentuou em todo o país ainda como reflexo da pandemia de Covid-19, que mexeu mais ainda com o estado emocional das famílias. Conforme o artigo 3º da Lei nº 9.434/1997, a retirada de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes depende da autorização da família.