A medida provisória de privatização da Eletrobras, aprovada na última segunda-feira (21) pelo Congresso, aguardando sanção presidencial, pode refletir na conta do consumidor. Segundo representantes da indústria e de entidades de defesa do consumidor a cerveja, carne, leite e material de construção ficarão mais caros. E além da conta de luz. As informações são do BP Money.
O governo não concorda com as estimativas dos especialistas e diz que a desestatização da gigante do setor elétrico pode reduzir a conta de luz entre 5% e 7% já a partir de 2022.
De acordo com o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, a economia seria possível com a destinação de R$ 48 bilhões para atenuar as tarifas dos consumidores por meio da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). O dinheiro seria aportado ao longo dos anos, após a privatização da empresa.
É estimado, pelo Ministério da Economia, que a desestatização pode gerar R$ 100 bilhões aos cofres públicos, sendo R$ 20 bilhões em uma oferta primária de ações e outros R$ 80 bilhões em potenciais ofertas secundárias, que aproveitariam o aumento de valor de mercado da empresa. Segundo Mac Cord, o valor faria da operação a “maior privatização já vista no país”.
A expectativa é de que essa oferta primária, que vai representar a privatização da empresa, reduzindo a parcela do governo no capital dos atuais 61% para 45% – seja concluída até fevereiro de 2022.
Já os representantes da indústria e dos consumidores, no entanto, acreditam que os potenciais benefícios da arrecadação de recursos com a venda das ações serão mais do que compensados pela alta de custos resultantes de quatro pontos problemáticos da MP de privatização.