Presidente da Argentina não comprou vacina da Pfizer em razão de ‘demandas violentas’

O presidente argentino, Alberto Fernández, sem trazer especificações, afirmou que não comprou vacinas da farmacêutica Pfizer porque foram exigidas coisas excessivas. A declaração foi feita durante entrevista ao canal no YouTube do artista Pedro Rosemblat, na última quinta-feira (27). As exigências da Pfizer foram criticadas por Jair Bolsonaro, na famosa declaração do jacaré. As informações são do Conexão Política.

“Qual foi a primeira vacina aprovada pela Argentina? Você quer me explicar por que não quero comprar se foi a primeira vacina que aprovei? Não quero comprar porque entre as condições iniciais que a Pfizer colocou – agora está mudando algumas – a verdade é que [a Pfizer] me pôs em uma situação muito violenta de demandas e comprometeu o país”, declarou Fernández.

O mandatário, no entanto, não especificou quais seriam as condições exigidas pelo laboratório norte-americano. O acordo previa a venda inicial de 14 milhões de doses contra a Covid-19 depois da realização dos testes no país.

“Não posso assinar porque estão me pedindo coisas excessivas. […] A negociação com a Pfizer nunca foi interrompida e continua até hoje. O que eu acredito intimamente? Quando você analisa como a Pfizer agiu com aqueles que compraram a vacina, a verdade é que ela cumpriu em parte e não cumpriu com muitos. Agora, onde ela não falhou? Nos Estados Unidos”, afirmou.

Exigências da Pfizer

De acordo com uma série de matérias publicadas pelo Bureau of Investigative Journalism em parceria com a as agências Stat e Ojo Publico, a farmacêutica fazia exigências de bens estatais (como prédios de embaixadas e bases militares) como garantia para compra de imunizantes.

A condição teria sido imposta em contatos com países como Brasil, Argentina e África do Sul. A exigência não foi feita no contrato com os Estados Unidos.

O veículo também garante que havia a previsão de isenção de responsabilização na Justiça por possíveis efeitos adversos pós-vacina.

No dia 13 de maio, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal, o ex-presidente empresa no Brasil, Carlos Murillo, negou a existência de cláusulas abusivas de garantia.

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