No Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, celebrado dia 29 de abril, o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest/Manaus), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), da Prefeitura de Manaus, faz um alerta sobre a prevenção aos danos causados à audição do trabalhador, assim como a respeito da importância da notificação de casos de perda auditiva no Sistema Único de Saúde (SUS).
A data foi instituída pelo Centro de Audição e Comunicação (CHC/Estados Unidos) no ano de 1996, com o objetivo de promover a conscientização mundial sobre o bem-estar auditivo e o impacto na qualidade de vida de cada pessoa.
Segundo a técnica do Cerest/Manaus, a fonoaudióloga Socorro Soares, o tema da ação deste ano é “Proteja sua audição, proteja sua saúde”. “A Organização Mundial de Saúde, OMS, considera a poluição sonora como o segundo maior tipo de poluidor ambiental no mundo, atrás somente da poluição do ar, o que mostra o impacto do ruído na saúde. E é importante lembrar que não prejudica apenas o sistema auditivo, mas afeta a saúde do indivíduo como um todo. Após a exposição a ruídos altos em um dia de trabalho, uma pessoa pode apresentar aumento da pressão arterial, nervosismo, insônia, cansaço, baixo rendimento no trabalho e ansiedade”, ressalta Socorro Soares.
No que se refere à saúde do trabalhador, o Cerest/Manaus atua com ações de vigilância da saúde auditiva, na promoção da saúde do trabalhador e prevenção aos agravos causados pela atividade laboral, assim como no monitoramento das notificações da Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair), no Sistema Único de Saúde (SUS).
“A Pair é uma doença de notificação compulsória para Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, mas ainda há subnotificação no país. O Cerest/Manaus atua junto às unidades de saúde para reforçar esse trabalho e orientar os profissionais sobre a importância da notificação de casos de Pair e de outras doenças e acidentes relacionados ao trabalho”, informa Socorro Soares.
Prevenção
A fonoaudióloga explica que a perda auditiva induzida pelo ruído pode não ser percebida no início e a prevenção é a melhor forma de evitar o agravo, tomando medidas como o controle de ruído no local de trabalho, com manutenção regular das máquinas e equipamentos para que emitam menos ruído; utilização de barreiras, silenciadores e enclausuramento das máquinas; rotatividade na função exercida no local de trabalho; alteração no ritmo de trabalho; descanso em salas silenciosas nos momentos de pausas para o trabalho; e o uso de Equipamento Individual de Proteção (EPI) de forma adequada.
“Esses cuidados devem ser observados em empresas, indústrias e outros locais de trabalho, especialmente ambientes de maior risco, como boates e indústrias que trabalham com máquinas e veículos de grande impacto sonoro”, avisa Socorro Soares.
Como a perda auditiva passa despercebida no início, é preciso ter atenção para questões como: dificuldade de entender outras pessoas (você escuta, mas não entende); quando a família sempre reclamar do alto volume da televisão; escutar um zumbido mesmo em ambientes silenciosos; dificuldade de localizar uma fonte sonora; dificuldade de dormir após ficar exposto a sons muito intensos; e ter sensação de orelha “cheia” ou “tampada”.
“O agravo destrói as células internas do ouvido, que não se regeneram após o dano causado. Então, caso o processo de adoecimento do trabalhador seja iniciado por um problema decorrente do ruído, ele jamais vai recuperar a audição”, alerta a fonoaudióloga.
Em caso de sintomas de perda auditiva, o trabalhador deve fazer uma avaliação com um médico otorrinolaringologista ou com profissional fonoaudiólogo.
Com informações da assessoria