Prefeito pode pegar 24 anos de prisão por furar fila da vacina

O Ministério Público denunciou o prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos (PSB), por ter “furado a fila” da vacinação contra a covid-19 no município, que fica a cerca de 100 km de Belo Horizonte.

Tanto ele como a esposa foram vacinados nos dias 15 e 25 de fevereiro, respectivamente, logo na primeira remessa de doses do imunizante que foram encaminhados à cidade. Barão de Cocais recebeu a primeira remessa com 609 doses da vacina contra a covid-19 no dia 11 de fevereiro, quatro dias antes da imunização do prefeito.

De acordo com o MP, a vacinação do prefeito e da sua esposa foi irregular e contraria não só o PNI (Plano Nacional de Imunização) como o plano elaborado pelo próprio município. Pelas regras, naquela altura, somente os profissionais da linha de frente no combate à covid-19, assim como os idosos, poderiam receber a primeira dose.

A denúncia foi apresentada pela Procuradoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais, que acusa o prefeito de determinar sua própria vacinação, assim como o da esposa, “em detrimento dos individuos que deveriam e mereciam receber a vacina em primeiro lugar”.

Durante o processo de investigação, o prefeito alegou, de acordo com o MP, que estava exercendo a atividade de dentista quando foi vacinado. O Ministério Público, no entanto, disse que não há comprovação de serviços prestados por ele neste sentido e que, no caso da esposa, nenhum documento comprovou a necessidade de sua vacinação.

O prefeito pode responder, na Justiça, por crime de responsabilidade, já que teria se apropriado , por duas vezes, de bens públicos em proveito próprio. Caso seja condenado, ele pode pode ser preso por período de dois a 12 anos por cada um dos crimes. cCom informações da R7.