Posso tomar analgésicos antes ou depois da vacina contra Covid-19?

A recomendação de algumas autoridades de saúde é não tomar analgésicos antes da vacina, pois eles podem reduzir o efeito do imunizante. Basicamente, esse tipo de medicamento pode enganar o corpo o fazendo pensar que já possui uma defesa contra o vírus e minimizando o efeito da vacina.



Isso ainda não foi detectado especificamente com a vacina da covid-19. No entanto, já existem estudos em andamento e a recomendação permanece sendo de não tomar o remédio antes de qualquer imunizante do tipo. Algumas horas depois da aplicação da vacina, o uso é liberado.


Os analgésicos são medicamentos que ajudam a lidar com as possíveis reações à vacina contra a covid-19. Entre elas, o paciente pode perceber cansaço, dor de cabeça, dor muscular, arrepios, febre e náusea, além de dor, vermelhidão e inchaço no local em que foi aplicada a vacina, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Porém, é importante contextualizar que esses efeitos colaterais podem surgir em qualquer vacina – e não apenas as contra covid-19 (AstraZeneca e Oxford, Pfizer e BioNTech ou Coronavac) – e significam que o nosso sistema imune está reagindo.

Mas, agora, uma pesquisa da Sociedade Americana de Microbiologia descobriu que os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que são frequentemente usados para o alívio de dor e inflamação, podem afetar a imunização contra o coronavírus. De acordo com o estudo preliminar da sociedade, os medicamentos ibuprofeno e o meloxicam “podem modular tanto a infecção por SARS-CoV-2 quanto a resposta do hospedeiro ao vírus”.

Analgésicos e a vacina

Os pesquisadores ainda dizem que os “resultados indicam que o tratamento com AINE pode influenciar os resultados do covid-19 ao diminuir a resposta inflamatória e a produção de anticorpos protetores, em vez de modificar a suscetibilidade à infecção ou replicação viral”.

Entre os anti-inflamatórios não esteroides mais comuns estão a dipirona e o ibuprofeno. A dipirona (metamizol) é encontrada em medicamentos como Anador, Buscopan, Dorflex, Lisador, Neosaldina e Novalgina. Já o ibuprofeno é encontrado em remédios como Advil e Buscofem.

Após a aplicação da vacina, mas somente no caso de sentir alguma reação, a indicação é tomar paracetamol. “Se você tiver uma reação depois [da aplicação] e precisar de algo, tome um pouco de paracetamol”, esclareceu o Dr. William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Universidade Vanderbilt, para uma reportagem da AP.

Segundo ele, o medicamento é melhor porque funciona de maneira diferente do que outros analgésicos. O paracetamol é encontrado em medicamentos como Sonridor e Tylenol.

Ainda de acordo com Schaffner, os anticorpos gerados pela vacina são fortes o suficiente para aguentarem os analgésicos e que são baixas as chances de que o efeito do imunizante seja afetado pelo uso deles. No entanto, ele diz que é sempre bom evitar esse risco.

Já Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), indica que todos esses medicamentos com paracetamol, ibuprofeno e dipirona podem e devem ser tomados na presença de efeitos colaterais e que não há interferência na resposta da vacina.

“Fez parte da rotina de estudos da Astrazeneca o uso profilático [preventivo] de medicamentos com intervalos de 6h”, explica Kfouri em entrevista ao Olhar Digital. “Aliás, muitos idosos tomam, por exemplo, aspirina em uso contínuo”, completa.

Porém, se você quiser evitar o uso de remédios para reduzir a dor e o desconforto no local da injeção, o CDC recomenda aplicar uma toalha limpa, fresca e úmida sobre a área, além de usar e exercitar o braço. Já para reduzir o desconforto da febre, a agência recomenda beber grande quantidade de líquidos e usar roupas leves. Com informações do Olhar Digital.

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