O delegado Luis Mauricio Armond Campos, titular da 42ª DP (Recreio), aguarda o resultado da perícia nos celulares, computadores, laptops, tablets, além de mídias externas, como pendrives e HDs, apreendidos em 11 endereços ligados ao vereador Gabriel Monteiro (PL), em abril. A análise do material — entre os quais alguns irá servir para embasar a conclusão do inquérito em que o parlamentar é investigado na delegacia pelos crimes de disponibilização de registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente, armazenamento desse tipo de conteúdo, coação no curso do processo, além de importunação sexual.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, os itens apreendidos estão sendo periciados por profissionais do Departamento-Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT) e ainda não há prazo para a finalização dos laudos que serão enviados à distrital. Gabriel Monteiro já foi indiciado pelo delegado em um dos procedimentos pelo crime previsto no artigo 241 do Estatuto da Criança (ECA), que dispõe sobre a disponibilização de registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. Ele foi denunciado pelo Ministério Público e virou réu em um processo, que tramita no VII Juizado da Violência Doméstica.
As investigações tiveram início no dia 28 de março, quando Gabriel procurou a 42ª DP para registrar o vazamento de imagens íntimas em que aparece mantendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos. Na ocasião, ele afirmou manter um relacionamento consentido com a menina e desconhecer sua idade, o que foi confirmado por ela. O vereador disse ainda ter sentido falta de cinco HDs externos e quatro cartões de memória, deduzindo ter sido traído pelos funcionários Matheus de Souza Oliveira e Heitor de Nazaré Neto, por suposto envolvimento deles com o empresário Rafael Sorrilha, que seria ligado a chamada “máfia dos reboques”, que vinha sendo denunciada pelo parlamentar.
Na delegacia, Gabriel contou ainda ter ficado sabendo do vazamento de outros vídeos particulares divulgados e compartilhados pelo aplicativo WhatsApp, os quais estariam armazenados em seu celular, cuja senha era de conhecimento daqueles ex-funcionários.
Também na distrital, Vinícius Hayden Witeze narrou que o vereador raramente utilizava seu gabinete na Câmara e que seus funcionários trabalham de maneira exaustiva, não tendo respeito a horários tampouco pausa para descanso ou alimentação. Ele relatou que eles não tinham sequer autorização para almoçar e que o vereador cobra a produção e publicação diária de vídeos, em razão da monetização de aproximadamente R$ 300 mil que recebe mensalmente do YouTube.
Em relação às menores de idade, Vinícius afirmou que Gabriel chegava a fazer brincadeiras, dizendo a ele que abriria uma creche. Ele também afirmou ser comum as festas com orgias promovidas pelo vereador na residência, sendo a maioria das convidadas com menos de 18 anos, com quem ele mantinha relações sexuais. O ex-assessor disse que, em uma dessas festas, encontrou meninas saindo de lá chorando e aparentando terem sido estupradas.
Vinícius disse ainda que recebeu de Gabriel, por WhatsApp, dois vídeos pornográficos de duas meninas mantendo relações sexuais e que o vereador tinha por hábito exibir esse tipo de imagens íntimas para funcionários e seguranças a fim de se vangloriar.
As informações são do IG