PMs do Amazonas contam experiência de missão no RS: ‘Nada chega perto do que a gente assiste na TV’

foto: Divulgação/PMAM

Sete policiais militares do Amazonas estão auxiliando na Força-Tarefa de resgate das vítimas nas regiões afetadas pela enchente no Rio Grande do Sul. Eles compõem o efetivo da Força Nacional, que foi enviado no dia 3 de maio, após a Prefeitura decretar estado de calamidade pública em Porto Alegre.

Além do auxílio nos resgates de pessoas e animais, o envio do efetivo também tem intuito de intensificar o policiamento ostensivo em áreas de alta vulnerabilidade, como em abrigos, e oferecer apoio às vítimas afetadas pelas recentes chuvas no Estado. O trabalho está sendo realizado em apoio à Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Dos sete PMs, cinco estão atuando em Porto Alegre, são eles: 2º sargento PM Íris Pantoja; 2º sargento PM Álvares Sales; 3º sargento PM Kléber Menezes; 3º sargento PM Josineia Leão; e cabo PM Robson Correa. O 1º sargento PM Greison Ferreira e cabo PM Alan Frank foram enviados para o município de Canoas.

O cabo PM Robson Corrêa, que está na cidade desde o primeiro dia em que a Força Nacional chegou, foi designado para o policiamento fluvial, que realiza os resgates. Ele conta que durante toda a sua trajetória nunca havia presenciado algo igual ou parecido e que esta é a sua experiência de vida e profissional mais intensa.

“Nada chega perto do que a gente assiste na TV em relação ao que as pessoas estão vivendo aqui. Elas perderam completamente tudo de bem material. Lojas, postos, empresas embaixo d’água. Essa parte central que estou atuando são quilômetros e quilômetros de ruas inundadas, os abrigos estão superlotados. É um cenário crítico e triste”, relatou o cabo PM Robson.

Mais que uma experiência profissional

A sargento PM Íris Pantoja conta a experiência emocionante de um abraço de uma conterrânea logo em que chegou na cidade. Ela conta que, para aquelas pessoas, os abrigos são mais que um lugar para ficar, é um local onde as pessoas encontram acolhimento.

“No primeiro dia que eu cheguei fui abordada por uma família de amazonenses e, quando eles me viram, me abraçaram, contaram sua história. Naquele momento em que vi aquela mãe, que só conseguiu salvar seus filhos, eu, como mãe, não consegui conter as lágrimas. Eu esqueci naquela hora que eu era policial, que eu era agente de Segurança Pública. Ela me pediu um abraço e nós choramos profundamente, porque a sensação que a gente tem aqui é que a cidade está de luto, porque a situação é muito delicada”

Divisor de águas

Emocionada, a policial militar explica que essa missão mudou a maneira de enxergar a vida e o próximo e que em poucos dias a experiência profissional já trouxe grandes e genuínos aprendizados.

“Eu sou policial militar há 18 anos, nunca vivenciei uma situação como essa. Na minha vida será um divisor de águas, um antes e um depois do que eu vi aqui, sobre prioridades, sobre escolhas, sobre valores pessoais, valores familiares, então com certeza eu vim para somar, mas eu vou sair com um aprendizado maior”, finalizou.

Com informações da assessoria