A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou as investigações sobre se o ministro da Economia, Paulo Guedes, cometeu crime por abrir e manter uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. O caso foi revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos por meio da série de reportagens Pandora Papers.
Para a procuradoria, como Guedes informou a existência dos investimentos em paraíso fiscal às autoridades brasileiras, não se configuraria crime no caso, já que não houve omissão de informação nem divergência em relação ao cumprimento da legislação do país.
A justificativa foi a mesma usada para arquivar o inquérito preliminar contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A Pandora Papers apontou três offshores em posse de Campos Neto, nas Bahamas e nas Ilhas Virgens Britânicas.
As investigações preliminares foram abertas pela PGR após as revelações, que apontam a ligação de Guedes com a offshore Dreadnoughts International Group Limited. A empresa foi criada em setembro de 2014, com investimento inicial de US$ 8 milhões. Os valores foram elevados para US$ 9,5 milhões até agosto de 2015, de acordo com a série de reportagens.
Às comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Guedes afirmou que ter uma offshore é “absolutamente legal” e que, ao assumir a pasta do governo federal, fez um “sacrifício” pelo Brasil.
Ele justificou que a abertura da empresa é uma alternativa para evitar tributação dos Estados Unidos e beneficiar familiares. “Se eu morrer, em vez de metade ser apropriada pelo governo, isso vai para a sucessão. E isso é que explica você colocar um parente, um filho, uma filha, um cônjuge”, afirmou. Com informações do R7.