A Procuradoria-Geral do Estado do Amazonas (PGE-AM) entrou com um pedido junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM) para que a médica Anna Cristina Monteiro Antony Hoaegen, vice-presidente do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM), comprove sua qualificação na especialidade de ortopedia. O pedido, assinado pelo procurador-geral Giordano Bruno Costa da Cruz, estabelece um prazo de 72 horas para a apresentação dos documentos exigidos.
Solicitação formal e documentação exigida
A PGE-AM solicita que a médica apresente:
- O número de Registro de Qualificação de Especialidade (RQE);
- Diploma de conclusão de residência médica em ortopedia;
- Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT), emitido pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
De acordo com informações divulgadas, o nome da médica e seu RQE não constam no site do Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme apurado pela reportagem do portal Dia a Dia Notícia. A ausência de registros foi confirmada após consulta direta ao portal oficial do CFM.
Esclarecimentos do CRM-AM e ITO-AM
O CRM-AM confirmou o recebimento da demanda da PGE-AM e afirmou que a resposta foi encaminhada à Procuradoria, mas não forneceu detalhes adicionais. Até o momento, o Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM) e o CFM não se manifestaram sobre o caso. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
Possível parentesco e outras denúncias
A análise da documentação revelou uma possível ligação familiar entre Anna Cristina Monteiro Antony Hoaegen e Anna Carolina Monteiro Antony Hoaegen de Lima, ambas atuantes no ITO-AM. Anna Carolina também esteve envolvida em denúncias de atendimentos médicos questionáveis, como consultas de apenas um minuto realizadas no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto.
Além disso, Anna Carolina esteve fora do estado pelo menos oito vezes entre fevereiro e novembro deste ano, participando de eventos esportivos e passeios turísticos, mesmo com a demanda crescente no setor de saúde pública. Em suas redes sociais, a médica afirmou que o Amazonas enfrenta uma “calamidade pública” na saúde, referindo-se à transição administrativa do Complexo Hospitalar Sul (CHS).
Mudanças administrativas e melhorias prometidas
O governador Wilson Lima anunciou recentemente mudanças na gestão do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e do Instituto da Mulher Dona Lindu, transferindo a administração para a Organização Social de Saúde (OSS) Agir. A medida visa aumentar a eficiência nos serviços prestados e dobrar o número de cirurgias ortopédicas realizadas no estado.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi contratada para mapear a rede de saúde e propor soluções que garantam melhor uso dos recursos públicos, revertendo investimentos em benefícios diretos para a população.
Com informações do site Dia a Dia Notícia.