
O barco do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), retornou a Manaus na quarta-feira (26). Após 14 dias de expedição, uma equipe formada por 19 tripulantes, passou por 5 municípios (Urucurituba, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã e Humaitá) em um processo de coleta que possibilitará em, aproximadamente, uma semana, que indique a qualidade das águas dos resultados dos rios da Bacia Amazônica.
Durante a expedição ‘Iriru 2’, desta vez realizada durante o início das cheias dos rios, contou com 9 cientistas. Entre os pesquisadores, estão estudantes de graduação, mestrado, professores e doutores da UEA. O grupo reuniu amostras coletadas nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA), onde passarão por mais de 160 parâmetros de qualidade que identificam a presença de elementos como metais pesados e microplásticos. Todo esse processo conta com o apoio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

O coordenador do ProQAS/AM, Sergio Duvoisin Jr., destaca a coleta de diferentes espécies de peixes. “Conseguimos coletar uma quantidade bem maior. Uma coisa que notamos é que precisávamos de peixes conhecidos como forrageiros, que são aqueles menores que servem de alimento para outros peixes. Se os forrageiros são muito contaminados com mercúrio, eles têm um impacto enorme na cadeia alimentar até chegar à comercialização para a população.”
Para o reitor da UEA, André Zogahib, o trabalho demonstra o comprometimento da equipe do ProQAS/AM em manter a preservação ambiental. “O trabalho científico realizado por esses pesquisadores é um desafio muito grande, mas um desafio que traz retornos ainda maiores ao nosso ecossistema. Nas próximas expedições, assim como nas anteriores, com certeza serão fundamentais para a vida dos nossos rios e a saúde da nossa população.”
Análise de microplásticos
Uma das principais preocupações da expedição é a preservação dos recursos naturais da Amazônia. Por isso, os pesquisadores adicionaram mais um parâmetro: a análise de microplásticos. A presença desses resíduos é considerada uma ameaça crescente e, além dos rios, contamina solos e fauna local. Os microplásticos são, também, ameaças às populações ribeirinhas que dependem de recursos naturais para subsistência.

Próximas expedições
O barco do programa, intitulado Roberto dos Santos Vieira, já possui outras duas expedições agendadas para o ano de 2025, uma em abril e a outra em maio. As viagens foram divididas entre períodos de cheia e seca dos rios, o que possibilitará a comparação das coletas feitas em cada uma das condições naturais.
Com informações da assessoria
