A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) está participando de uma pesquisa inédita que avaliará a estratégia de vigilância ativa (AV) em 50 pacientes com câncer de próstata. A pesquisa é financiada pelo Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), e conta com a participação de 20 centros de tratamento de câncer no país.
A vigilância ativa envolve o acompanhamento de pacientes por meio de exame de PSA (sangue), toque retal semestral e biópsia prostática anualmente. A intenção é reduzir as mortes e sequelas de tratamentos radicais contra o câncer de próstata.
Segundo os pesquisadores da FCecon, Valquíria Martins e Giuseppe Figliuolo, a avaliação da vigilância ativa em pacientes com diagnóstico de câncer de próstata de baixo risco jamais foi validada e avaliada na população brasileira, tão pouco na amazonense. Eles ressaltam que as informações sobre a validade da estratégia ativa vêm de pesquisas internacionais.
Os dados demonstram que cerca de 30 a 40% dos pacientes com câncer de próstata localizado não precisam realizar de imediato cirurgia, radioterapia e/ou hormonioterapia, uma vez que não apresentam risco de progressão da doença. Durante o acompanhamento, caso apresente progressão da doença, o paciente será encaminhado para cirurgia e/ou radioterapia, sem perda das chances de cura.
A pesquisa visa diminuir em 50% o número de prostatectomias – retirada total da próstata e de alguns tecidos à sua volta – e/ou radioterapia em pacientes com câncer de próstata de risco favorável. Além disso, também será realizada análise de custo-efetividade em relação à cirurgia e radioterapia; qualidade de vida e capacitação de urologistas, radioterapeutas e oncologistas dos centros participantes do estudo em todas as regiões do país