
Uma pesquisa eleitoral divulgada em 2 de outubro pela empresa Perspectiva, Mercado e Opinião coloca o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), “bem à frente” na disputa com 38% das intenções de voto, a poucos dias das eleições de 2024. O levantamento aponta um possível segundo turno entre Almeida e Roberto Cidade (União Brasil), que tem 20,9% dos votos. Pesquisa registrada no TSE sob o código AM-02031/2024
A pesquisa, entretanto, é alvo de críticas, já que a empresa responsável pertence ao empresário Durango Duarte, que firmou contratos de cerca de R$ 35 milhões com a Prefeitura de Manaus. Além dos contratos, a empresa de Duarte é uma das que fizeram pagamentos à empresa a Skyline Produções Ltda, da noiva do prefeito, Izabelle Fontenelle, que segundo a Folha de São Paulo e outros jornais de circulação nacional recebeu em torno de R$ 1 milhão de fornecedores da Prefeitura de Manaus. Os pagamentos foram feitos por agências de publicidade à Skyline Produções Ltda, empresa de Izabelle, entre setembro de 2022 e abril de 2024. A firma dela foi criada em 2021. A empresa de Durango Duarte pagou R$ 15 mil para a noiva de David Almeida.

Em agosto deste ano, a Revista CENARIUM apurou que a Skyline Produções Ltda. está localizada numa sala comercial na Avenida Álvaro Maia, Nº 2357, mesmo endereço da empresa L O F Fenix, pertencente a Lidiane Fontenelle – mãe de Izabelle e sogra de David – e já recebeu mais de R$ 120 mil de uma construtora que possui contratos no montante de R$ 65 milhões com a Prefeitura de Manaus.

Tentativa de derrubar reportagens
Durante a eleição desse ano, Duarte tentou censurar notícias de diversos sites que falam da sua relação econômica e política com David Almeida e perdeu várias ações na Justiça. O empresário afirmou na Justiça que a publicação das matérias teriam ferido direitos relacionados a sua personalidade, sobretudo envolvendo a sua honra e a sua imagem. E pediu indenização de 40 mil reais por danos morais. A Justiça negou o pedido.
A Justiça disse que ele ignorou o interesse público das matérias e afirmou que as publicações apenas mostravam fatos apurados pelos jornalistas. “A matéria jornalística se limitou a expor os fatos apurados, limitando-se a divulgar matéria jornalística diante do notório interesse público à informação, não podendo a matéria ser considerada de forma alguma vexatória, mas sim um exercício regular de direito por parte do meio de comunicação, não restando configurada violação aos direitos da personalidade do Requerente” diz .
Entre as notícias que Durango tentou censurar está a de divulgação de pesquisa eleitoral não registrada na Justiça Eleitoral que favorecia David Almeida; o recebimento pelo Ministério Público de denúncia que apontava irregularidade em processo licitatório que beneficiou uma empresa de Durango; o recebimento de denúncia pelo Tribunal de Contas de favorecimento em licitação à empresa IMarketing, também de sua propriedade, além da informação de que blogueiros iriam receber até 99 mil reais via empresa de Durango Duarte em contrato com a prefeitura.
Com informações da Revista Cenarium