Pequeno Juan vence batalha contra leucemia: ‘última quimio’

O garoto Juan Farias da Silva, de 12 anos, viveu os últimos anos uma intensa batalha contra a leucemia, mas com um final feliz. Imagens dele ao lado do carro da família com a frase “última quimio”, emocionou muitas pessoas, em Manaus.

Superação

O Manaus Alerta conversou com a madrasta de Juan, Débora Marinho Miranda, 32, que acompanhou, sofreu e venceu junto com o garoto essa fase difícil da vida, que teve início em fevereiro de 2018, próximo a retomada das aulas.

Débora conta que Juan havia acabado de voltar para a escola, quando começou a apresentar sintomas de muitas dores nos pés e nas costas, além de ter muitos gases. Nessa época, o garoto estava com 9 anos, faltando apenas 2 meses para completar 10 anos.

“Eu tenho um filho dois anos mais velho que o Juan e que havia mudado de escola naquele momento. E ao retornar a aula, o Juan chorava demais, foi uma semana direto e a gente achava que era sentindo falta do meu filho, porque ele não dizia nada o que estava sentindo. Mas percebi que o Juan não estava normal. Ele andava e se tremia todinho e transpirava muito, mesmo com o ar condicionado ligado na sala de aula, segundo a professora”, explicou Débora.

 

Débora tirou Juan da escola e começou a andar em vários prontos-socorros com Juan, e foi até o Hospital da Criança Joãozinho. Juan chegou a ficar internado uns dias, e fez exames, passou por uma lavagem, mas foi liberado para casa. Foi também a um profissional quiropraxista que chegou a dizer que o garoto estava com nervo ciático compressado. Na época, Juan era mais magro, não apresenta o porte físico de agora.

Em abril, Juan fez novos exames e em maio saiu o resultado concluindo uma suspeita de leucemia, que foi confirmada depois de novas análises no Hemoam. “O Juan chegou a ficar um tempo sem andar, cheguei a carregar ele”, contou Débora.

Tratamento

Quando iniciou o tratamento, Juan teve a primeira internação de 27 dias, que é sempre difícil, mas segundo Débora, o garoto conseguiu tirar de letra. “Nesse tempo ele chegava a passar três, quatro dias internado fazendo quimioterapia. Tinha muitos problemas de plaqueta baixa, tinha que fazer transfusão e ainda pegou pneumonia, mesmo com todo cuidado”, relata.

Após 2 anos e 7 meses de quimioterapia, chegou o último dia e Débora conta que foram muitas as ideias para comemorar. “Estava pensando em fazer uma comemoração, mas por conta da pandemia não foi possível. E acabamos tendo uma surpresa quando vimos o carro enfeitado, ele ficou muito feliz”, detalha.

“O Juan é uma criança muito amada, todo mundo gosta dele, e ele confia bastante em mim, como se eu fosse a mãe dele. Em todos os procedimentos sempre quem estava era eu, por conta de o pai dele trabalhar, eu acompanhava”, relata Débora, contando ainda que quando Juan precisou raspar a cabeça por conta da queda de cabelo, o pai também raspava junto, para apoiá-lo.

Apesar do fim do tratamento, Débora disse que Juan ainda precisa passar por mais exame para avaliar se a medula está limpa de fato. O garoto agora pode levar uma vida normal, no entanto, por conta da pandemia e ainda ser do grupo de risco, Juan precisa continuar com cuidados redobrados.

De Joandres Souza – Manaus Alerta