Os 16 partidos com doações de pessoas físicas registradas ao longo da pré-campanha deste ano receberam até o momento ao menos R$ 22 milhões. É o que mostra um levantamento feito pelo GLOBO com base em parciais das prestações de contas das siglas já disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor, usado para a manutenção das legendas, já se aproxima dos R$ 25 milhões arrecadados pelas mesmas siglas em todo 2021.
Os dados do TSE mostram ainda que entre os maiores doadores aos diretórios nacionais dos partidos durante a pré-campanha deste ano, uma prática é comum: fazer contribuições financeiras a legendas rivais na disputa presidencial. São ao menos oito empresários com esse perfil de doação entre aqueles com transferências acima de R$ 100 mil.
Os partidos terão um total de R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral para financiar as campanhas este ano, mas os recursos ainda não podem ser usados. Já os captados de doações de pessoas físicas para as legendas estão com uso autorizado para gastos da pré-campanha, como deslocamentos e eventos, sem qualquer vedação, explica a advogada eleitoral Samara Castro, da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ).
A partir de agosto, os partidos também poderão aplicar ou distribuir os recursos recebidos por pessoas físicas diretamente nas campanhas. Nesse caso, porém, há um limite equivalente a até 10% do rendimento bruto auferido pela pessoa física no ano anterior ao do pleito. Desde a minirreforma eleitoral de 2015, empresas são impedidas de doar a candidatos.
O PT, legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lidera o ranking com R$ 8,5 milhões contabilizados. A legenda tem feito uma campanha de arrecadação ao partido. No mês passado, Lula chegou a participar de um jantar organizado pelo Grupo Prerrogativas para agradecer doações ao PT feitas via Pix.
As informações são do IG.