Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Coordenadoria de Saúde do Sistema Prisional do Amazonas (CSSPAM), e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trouxe tratamento de saúde sexual a 20 travestis e mulheres trans (TrMT) privadas de liberdade, durante toda essa semana. Desde segunda-feira (5), são levadas cinco internas por dia à Policlínica da Codajás, que presta apoio ao projeto cedendo seu espaço e material humano.
A ação acontece por meio do projeto em nível nacional “TransOdara”, do Ministério da Saúde e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O projeto tem o objetivo de estimar a prevalência e fatores associados à prevenção e cuidado com a sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), entre travestis e mulheres trans.
Durante o atendimento, as internas realizam diversos procedimentos médicos como consultas, exames, testes rápidos de sífilis, hepatites B, C e HIV, vacinação contra Hepatite A e B, HPV, e orientação sobre a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição), caso tenham interesse. Em caso de constatação de alguma doença, também é oportunizado o tratamento por meio de medicação disponibilizada na própria policlínica.
“A participação das mulheres trans do sistema prisional no projeto é muito importante para a elaboração de futuras políticas públicas que irão atender essa população, especificamente”, explica a coordenadora do “TransOdara” em Manaus, Rita Bacuri.
Apoiadores
Em Manaus, além da coordenação da Fiocruz e da cooperação da Policlínica da Codajás, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) também estão oferecendo apoio ao projeto.
Os atendimentos ao público das mulheres trans e travestis, pelo projeto, iniciaram em novembro do ano passado em Manaus, e devem seguir até final de abril. Esta semana, de segunda até a sexta-feira (09/04), foi reservada exclusivamente para atendimento às privadas de liberdade da capital.
A coordenadora de saúde da Seap, Alyne Botelho, ressalta o valor da oportunidade única a esse público das unidades prisionais. “É uma grande oportunidade que elas estão tendo. Pela primeira vez conseguimos uma parceria que traz tantos benefícios à saúde sexual voltada exclusivamente para esse público, e que vai render desdobramentos, pois vamos fazer o acompanhamento dos exames e do tratamento até o final”, garante Botelho.