Pai Marcos, chefe da ONG preso em Manaus, tinha o apoio de Eduardo Braga para a campanha como vereador

Líder da ONG 'Pai Resgatando Vidas' Era Pré-Candidato a Vereador com Apoio de Eduardo Braga
Líder da ONG 'Pai Resgatando Vidas' Era Pré-Candidato a Vereador com Apoio de Eduardo Braga

Duas semanas antes de ser preso pela Polícia Civil do Amazonas, o chefe da ONG ‘Pai Resgatando Vidas’, Cid Marcos Bastos Reis Maia, conhecido como ‘Pai Marcos Bastos’, anunciou a sua pré-candidatura para a Câmara Municipal de Manaus com apoio do senador Eduardo Braga. Acusado de desviar dinheiro de doações e de cometer abuso sexual com mulheres em vulnerabilidade, Marcos Bastos já havia concorrido como deputado estadual nas eleições de 2022 pelo MDB de Braga.


No último dia 23 de abril, o chefe da ONG publicou uma foto ao lado do senador, anunciando a sua pré-candidatura como vereador. “Agradeço imensamente o apoio do senador Eduardo Braga, que tem sido fundamental para essa jornada e a todos que estão ao meu lado nessa luta”, afirma.

Em 2022, Marcos Bastos participou de convenções do partido e integrou a comitiva de Eduardo Braga que circulou por diversos municípios do Amazonas. “Mais uma missão, agora a gente tá indo para Manaquiri, com a comitiva do senador Eduardo Braga mais uma vez, nessa luta de correr atrás das autoridades. O senador Eduardo Braga me convidou pra participar da comitiva e eu estou indo”, disse em uma live realizada no Facebook.

Durante as eleições de 2022, 99% das doações recebidas para a campanha eleitoral de Pai Marcos vieram do diretório estadual do MDB, que repassou o montante de R$ 376.294,98. Na plataforma Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sua situação consta como suplente. Ele recebeu 4.995 votos (0,25%).

Marcos Bastos foi preso na última terça-feira (7) pela operação ‘O Pai Tá Off’. Ele deve responder pelos crimes de organização criminosa, maus-tratos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Além disso, relatos de vítimas apontam que o pré-candidato pelo MDB explorava sexualmente mulheres atendidas pela ONG em troca de alimentação, roupas e produtos de higiene básica.

Segundo a polícia, o Instituto recebeu R$ 20 milhões em doações nos últimos quatro anos, que deveriam ser utilizados para prestar cuidado a usuários de drogas e pessoas em situação de rua. No entanto, o dinheiro estava sendo alvo de desvio para benefício próprio e de seus familiares integrantes da quadrilha.