O que se sabe até agora sobre o atirador português suspeito de matar ex-colega na Brown University e depois um professor do MIT


O episódio de dezembro na Brown University, em Providence, Rhode Island, expôs uma investigação que conectou dois ataques em estados diferentes. Autoridades apontam o português Cláudio Neves Valente, ex-aluno da instituição, como o principal suspeito de ferir e ceifar vidas no campus, antes de um desfecho trágico envolvendo um segundo ataque em Massachusetts. A ligação entre os casos ficou evidenciada por imagens de câmeras de segurança e por testemunhas que relataram situações semelhantes em locais próximos aos fatos.


Quem é o suspeito e como as peças se conectaram

Valente, 48 anos, nasceu em Portugal e frequentou a Brown no fim dos anos 1990, quando cursava doutorado em física. A presidenta da universidade, Christina Paxson, informou que ele estudou na instituição do outono de 2000 até a primavera seguinte, sem manter afiliação ativa no momento. Também se sabe que Valente e o professor do MIT Nuno F. Gomes Loureiro estudaram na mesma universidade em Portugal no final dos anos 1990. A conexão entre os casos foi estabelecida a partir de imagens de câmeras de segurança que mostraram o veículo do suspeito e de relatos de testemunhas sobre um homem com máscara preta no campus.


Desfecho e o que a investigação revelou até agora

As autoridades confirmaram que Valente foi encontrado morto, portando uma bolsa e duas armas de fogo. Evidências em um veículo próximo ligam o automóvel à cena ocorrida em Providence, e o mesmo carro apareceu perto do local do ataque ao professor do MIT, em Brookline, a cerca de 80 km de Providence. As conclusões iniciais apontam para autolesão com disparo de arma de fogo, mas não há clareza sobre quanto tempo o suspeito permaneceu na área de armazenamento.

Repercussões oficiais e contexto migratório

O FBI mobilizou centenas de agentes para auxiliar as autoridades locais. A promotora federal Leah B. Foley afirmou que Valente utilizava um telefone que dificultava o rastreamento, descrevendo-o como sofisticado na ocultação de rastros. Em resposta ao ataque, o governo dos EUA suspendeu temporariamente o programa de vistos de diversidade para imigrantes, conhecido como DV1, com a secretária de Segurança Interna afirmando que Valente não deveria ter sido autorizado a entrar no país. Segundo autoridades, ele ingressou nos EUA em 2017 por meio desse programa e possuía green card.

Impacto na Brown e na comunidade acadêmica

A presidente Paxson ressaltou que Valente esteve ligado à Brown apenas como estudante de doutorado e não possuía afiliação ativa na instituição naquele momento. O ataque ao campus Barus & Holley, no dia anterior às provas do fim do semestre, deixou duas pessoas mortas e várias feridas. Entre as vítimas estavam Ella Cook, 19, estudante do segundo ano, e Mukhammad Aziz Umurzokov, 18, estudante de first-year com origem uzbeque. A comunidade acadêmica acompanha o desenrolar das investigações e busca respostas sobre motivação e segurança institucional.