Nova ponte Juscelino Kubitshek de Oliveira entre Tocantins e Maranhão é reinaugurada após desabamento que deixou 14 mortos


A reinauguração da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta Aguiarnópolis, no Tocantins, a Estreito, no Maranhão, ocorreu nesta segunda-feira (22), com o tráfego liberado pouco após as 12h30. A operação chega exatamente um ano após o desabamento que tirou 14 vidas, deixou uma pessoa ferida e outros três desaparecidos, marcado por ações de recuperação e investigação que envolveram entidades federais e estaduais. O ato contou com a participação do ministro dos Transportes, Renan Filho, e dos governadores Carlos Brandão, do Maranhão, e Wanderlei Barbosa, do Tocantins.


Contexto da reinauguração: ponte que substitui antiga estrutura e importância regional

A nova ponte, com 630 metros de extensão e 19 metros de largura, substitui a passagem histórica que desabou no final de 2023. O vão livre é de 154 metros, e a estrutura foi projetada para comportar duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada, mais dois acostamentos de 3 metros e passagem para pedestres, incluindo barreiras de proteção. O conjunto recebeu investimento federal de aproximadamente 172 milhões de reais.


Segurança, testes e padrões técnicos aplicados

Antes da abertura ao tráfego, foram realizados cerca de 20 horas de testes estruturais durante um fim de semana, com oito caminhões do tipo betoneira, cada um pesando em média 30 toneladas. Os ensaios envolveram sequências de passagem pela ponte e monitoramento de trepidação por sensores, a fim de verificar a resposta da estrutura sob diferentes condições de carga.

Histórico do desabamento e orientação de apurações

A ponte anterior, construída na década de 1960, já havia recebido reparos em 2021, mas não resistiu aos rigores do uso ao longo dos anos e desabou em dezembro do ano passado. No incidente, caíram ao Rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles transportavam ácido sulfúrico e defensivos agrícolas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) abriu sindicância para apurar causas e responsabilidades, enquanto a Polícia Federal também investiga o caso. Um laudo apresentado em julho aponta fatores como sobrecarga, deformação do concreto, perda de resistência e acúmulo de veículos no local, juntamente com apontamentos sobre manutenção e reformas mal executadas. A análise ressalta ainda que a decisão de manter tráfego acima do projetado permaneceu em estudo.

O DNIT informou que coopera ativamente com os órgãos investigativos e abriu uma Investigação Preliminar Sumária na Corregedoria para apurar as causas do colapso, definindo danos e responsabilidades, além de contratar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo para um relatório externo que identifique as causas da ruptura. O inquérito continua em curso.

Impacto para a população e próximos passos

Com a reabertura, a ligação entre os dois estados deve ganhar em confiabilidade e agilidade no transporte de pessoas e cargas, fortalecendo o intercâmbio regional e a logística do agronegócio na região Norte-Centro do país. As autoridades reiteram o compromisso com a transparência das investigações e com a conclusão das apurações que possam reforçar padrões de segurança em rodovias federais.

Com informações da Agência Brasil.