
No Vaticano, o primeiro Natal de Leão XIV como papa ganhou contornos de apelo global pela paz. Na noite de 24 de dezembro, durante a missa de Natal na Basílica de São Pedro, o pontífice conectou o nascimento de Jesus à proteção de civis atingidos por conflitos, destacando a responsabilidade de cada pessoa na construção de um mundo menos violento.
Apelo pela paz que cruza fronteiras e gera reflexão
Na homilia, o papa mencionou de forma direta as condições de vida dos refugiados em Gaza, lembrando das tendas expostas à chuva, ao vento e ao frio, e associando a fragilidade humana ao sofrimento causado por guerras que devastam cidades inteiras.
Ao refletir sobre o nascimento de Jesus, Leão XIV afirmou que a vida humana se revela no cuidado com os pobres, os deslocados e as pessoas sem casa. Pela primeira vez em dois anos, cristãos de Gaza celebraram o Natal sem o barulho das bombas, ainda que muitos tenham seguido em abrigos improvisados.
Em Belém, na Cisjordânia, o patriarca latino de Jerusalém celebrou a missa de Natal na Igreja da Natividade, pela primeira vez desde o início do conflito em Gaza.
Na Ucrânia, soldados na linha de frente trocaram mensagens com as famílias por telefone, destacando o custo humano da guerra e a distância que separa muitos do acompanhamento natalino tradicional.
Urgência de diálogo e fim de conflitos
Na manhã de 25 de dezembro, da sacada central da Basílica de São Pedro, o papa leu a mensagem Urbi et Orbi, reforçando o pedido pelo fim de todas as guerras e apontando que a população ucraniana vive sob violência constante. O pontífice pediu que russos e ucranianos encontrem um caminho de diálogo e de recuo estratégico das hostilidades.
A bênção, dada a Roma e ao mundo, foi acompanhada por um chamado à solidariedade para com as vítimas do conflito e com os que buscam refúgio. A fala do papa reforça uma linha pastoral de engajamento com crises humanitárias, conectando fé, política e responsabilidade humana.
Especialistas ressaltam que o gesto marca a disposição do Vaticano de tratar guerras como tema central da agenda pública, especialmente num momento em que as populações deslocadas enfrentam invernos duros e acesso limitado a recursos básicos. O Natal no Vaticano, portanto, surge como um marco simbólico de solidariedade global.





