Netanyahu avança com manobra para conduzir investigação do ataque de 7 de outubro por meio de comissão independente liderada pela Suprema Corte


Contexto: Em Israel, o governo avançou com uma proposta para criar uma comissão estatal independente para investigar o ataque de 7 de outubro. O texto prevê que seis integrantes sejam escolhidos pelo Parlamento, com a supervisão da Suprema Corte, num formato que o governo descreve como neutro e legítimo. A proposta foi aprovada na primeira etapa de votação, despertando reações firmes entre aliados, oposição e familiares das vítimas.


Como funciona a proposta e quem participa

No modelo apresentado, a coalizão controla a indicação dos seis membros do comitê, enquanto a Suprema Corte ficaria responsável pela supervisão do processo. A justificativa oficial é promover independência, mas críticos argumentam que a concentração de poder de indicação na maioria pode comprometer a imparcialidade.


Reações de famílias e oposição

Grupos representando as famílias das vítimas, reunidos no Conselho de Outubro, reagiram com veemente oposição, dizendo que a medida desrespeita as pessoas atingidas pelo ataque. Entre os críticos, o líder do Partido Democrata, Yair Golan, descreveu a proposta como uma manobra para evitar responsabilização. Relatos de familiares destacam que quem estava no governo no dia do ataque poderia decidir o que seria discutido.

Pesquisas de opinião indicam desconfiança pública em relação à isenção da comissão, com mais de 70% dos entrevistados mostrando ceticismo sobre a fórmula governista.

Contexto histórico e próximos passos

O tema se insere em um momento de tensões políticas em Israel e de debates sobre accountability após o ataque. Netanyahu, réu em três processos por corrupção, sustenta que a comissão terá independência, insistindo que não confia no sistema jurídico tradicional. O desenrolar dependerá da continuidade do calendário legislativo e da pressão pública.

O que pode mudar no cenário político

Caso a proposta seja aprovada na votação final, a comissão poderia abrir caminhos para apuração de falhas e atribuição de responsabilidades. Se rejeitada, o governo enfrentará críticas adicionais de familiares das vítimas e de parte da oposição. O debate permanece aberto, com implicações para a relação entre poderes e para a percepção pública de justiça e transparência.