Natal ao redor do mundo: por que frango frito no Japão, Pato Donald na Suécia, caganer na Catalunha, visitas a cemitérios na Finlândia e patinação na Venezuela definem tradições únicas


O Natal é celebrado de formas distintas ao redor do mundo, refletindo misturas culturais, históricas e religiosas que moldam cada região. De rituais curiosos a escolhas culinárias específicas, essas práticas mostram como sociedades constroem sentido e afeto nessa data tão esperada. Abaixo, exploramos exemplos que ilustram a diversidade dessa celebração global.


Japão: frango frito como tradição natalina

A relação entre a data e a culinária local é marcada por uma história de marketing que atravessou décadas. Embora o país não tenha o Natal como festa religiosa dominante, uma campanha de uma rede de fast food que ganhou força nas últimas décadas ajudou a consolidar o frango frito como opção principal para a noite de 24 de dezembro. Hoje, milhões de famílias adotam essa prática, com pedidos muitas vezes feitos com antecedência para evitar imprevistos de última hora.


Suécia: o Pato Donald às 15h da véspera

Na Suécia, o desenho do Pato Donald, conhecido localmente como Kalle Anka, ocupa um papel central na preparação para o Natal. Desde 1959, milhões de suecos se reúnem em torno da tela às 15h de 24 de dezembro, criando um ritual televisivo que ajuda a sincronizar as expectativas de presentes e convivência familiar. Embora a tradição esteja bem estabelecida, houve tentativas de encerrar a transmissão, sempre enfrentadas por protestos de quem a considera essencial para o espírito festivo.

Catalunha, Espanha: o presépio com o caganer

No presépio catalão, o caganer aparece como uma figura característica: um homem em posição de agachamento, com as calças arriadas, símbolo de fertilidade e prosperidade. A prática remonta ao século XVIII e, ao longo do tempo, ganhou versões atualizadas com figuras públicas, tornando-se espaço para humor e comentário social dentro das cenas natalinas.

Finlândia: ida ao cemitério na véspera de Natal

Em terras finlandesas, é comum que famílias visitem cemitérios na véspera de Natal para acender velas em memória de quem já partiu. Os locais costumam ficar cheios, criando um clima de recolhimento que contrasta com o brilho das luzes. Fontes locais indicam que uma parcela expressiva dos lares participa da prática, que une memória, tranquilidade e o simbolismo da vela em meio ao frio do inverno.

Venezuela: patinação até a igreja na noite de Natal

Na Venezuela, as ruas ganham dinamismo quando famílias deslizam de patins até a igreja para a missa de meia-noite. O percurso fortalece o senso de comunidade, com vizinhos e amigos se reunindo antes do amanhecer para celebrar. O ritual é marcado por sinos, fogos de artifício e encontros que ressaltam o tom festivo, mesmo diante do desafio de horários de sono para as crianças acordarem no início da manhã.